Presidente da Uber visita país em semana de votação de apps
Executivo passará pela capital federal na semana em que o Senado deve votar lei sobre aplicativos de transporte; empresas do setor são contra a medida
O presidente da Uber, Dara Khosrowshahi, veio ao Brasil pela primeira vez nesta segunda-feira. Segundo a empresa, sua agenda no país “envolve encontros com funcionários e motoristas parceiros”. Apesar de não haver menção a encontros com parlamentares e autoridades, o executivo passará também por Brasília durante sua estadia.
A visita ocorre na semana em que o Senado deve votar o projeto de lei que pretende regulamentar aplicativos de transporte – como Uber, Cabify e 99. A medida traz exigências, como a obrigação de motoristas de aplicativos possuírem carros com placas vermelhas, iguais às usadas pelos taxistas. Khosrowshahi, ex-diretor-executivo do site de viagens Expedia, assumiu em agosto, dois meses após a saída de Travis Kalanick em meio a polêmicas na empresa.
Segundo as companhias, o projeto quer inviabilizar a atuação dos aplicativos de transporte no país. O problema, segundo elas, é que a proposta aumenta a burocracia da plataforma e diminui a chance das pessoas gerarem renda ao impor uma série de exigências que poderiam inviabilizar o modelo privado.
Protestos
Motoristas da Uber iniciaram na manhã desta segunda-feira uma carreata em protesto contra a o projeto de lei que será analisado no Senado. Eles saíram da praça Charles Miller, em frente ao estádio do Pacaembu, e têm como destino o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual.
No último domingo, a Uber veiculou um comercial de 30 segundos no intervalo do Fantástico, da Rede Globo, contra o projeto de lei. Foi a primeira iniciativa do tipo na televisão. O vídeo mostra pessoas com a boca fechada por uma faixa onde se lê “PL 28/2017”, em menção ao projeto de lei, que em seguida fazem questionamentos sobre o debate envolvido na elaboração da lei e como ficaria o transporte por aplicativos após ela.
O Brasil é um dos mercados mais importantes para esses aplicativos. Segundo as empresas. Entre os argumentos utilizados pelos motoristas é que eles não podem ser igualados aos taxistas, pois não contam com os mesmos benefícios – como desconto para compra de carro ou poder andar na faixa exclusiva de ônibus.