Nova York, 1 dez (EFE).- O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, disse nesta quinta-feira em Nova York que a provisão de petróleo enfrenta muitos contratempos, como a dificuldade para encontrar novas jazidas, e por isso afirmou que ‘a era do petróleo barato acabou’.
‘Produzir petróleo novo está ficando mais caro e precisamos de mais tecnologia’, declarou Gabrielli em uma conferência durante um fórum sobre energias limpas organizado pela agência de informação energética Platts, que nesta quinta-feira divulgou os vencedores dos prêmios que entrega anualmente aos líderes do setor.
O presidente da Petrobras, indicado pela Platts como um dos 12 candidatos a melhor executivo-chefe do ano de uma empresa energética, garantiu que a demanda de petróleo continuará aumentando nos próximos anos, principalmente nos países emergentes, mas a provisão ‘enfrentará ventos contrários’.
Concretamente, Gabrielli detalhou que a maior parte do petróleo provirá da recuperação do óleo em jazidas já exploradas, o que ‘requer grandes investimentos e conhecimento técnico dirigido para tecnologias que otimizem os fatores de recuperação’.
Além disso, o presidente da Petrobras reconheceu que as descobertas de novas jazidas representam outra fonte de petróleo, mas estas ‘tendem a ser muito pequenas’, por isso a união desses fatores o fez constatar que ‘a era do petróleo barato acabou’.
Gabrielli assegurou que apesar do petróleo, do gás natural e do carvão ‘serem de primordial importância’ em um futuro próximo, ‘há motivos para otimizar o uso do carbono em nossa economia’, por isso qualificou as energias renováveis de um elemento ‘vital para um futuro sustentável’.
Nesse sentido, o principal executivo da Petrobras previu que as energias renováveis representarão 15% do total das fontes de energia primárias para 2030 e calculou que o etanol representará 4% do total do setor dos transportes de todo o mundo.
‘Por isso, no que se refere aos biocombustíveis, esperamos que a relevância do etanol cresça no futuro’, disse Gabrielli, lembrando que a produção de etanol está centrada basicamente nos Estados Unidos e no Brasil.
Gabrielli frisou que o país está em uma ‘posição privilegiada’ para aumentar a produção de etanol ‘sem provocar danos ao meio ambiente’, uma vez que o etanol da cana-de-açúcar é mais eficiente que o de milho, e previu que, para 2017, o Brasil só precisará utilizar 2,5% de seu solo cultivável para satisfazer a demanda. EFE