Pós-Covid, dólar e PIB impulsionaram gastos de brasileiros no exterior
Gastos somaram 12,18 bilhões de dólares, o equivalente a 60 bilhões de reais na cotação atual e indica retomada ao nível de normalidade
Os gastos de brasileiros no exterior dobraram em 2022, um ano após o relaxamento das restrições provocadas pela pandemia da Covid-19 entre 2020 e 2021. Os gastos somaram 12,18 bilhões de dólares, o equivalente a 60 bilhões de reais na cotação atual, segundo informou o Banco Central nesta quinta-feira, 26.
Apesar da retomada, as despesas dos brasileiros ainda não retornaram ao nível de normalidade. O valor é o maior dos últimos dois anos, mas ainda segue abaixo da média dos últimos nove anos. Em 2019, por exemplo, antes do surgimento do coronavírus, os gastos foram de 17 bilhões de dólares, 24% superior ao do último ano. O recorde foi em 2014, quando os gastos foram de 25,56 bilhões de dólares, e o menor já registrado foi em 2021, no auge da pandemia, de 5,24 bilhões de dólares.
Os gastos de brasileiro no exterior também são influenciados pela cotação do dólar e pelo nível da atividade econômica. O dólar enfraqueceu no último ano. A cotação da moeda americana encerrou o ano com queda de 5,3%, cotada a 5,278 reais, mas ainda acima do patamar de 2019, quando encerrou o ano em 4,009 reais. O dólar segue em tendência de queda este ano e já acumula desvalorização de 4% no mês. Nesta tarde, a moeda americana negocia com queda de mais de 1%, próximo de 5,073 reais.
O nível de atividade também continuou forte no ano passado apesar da desaceleração provocada nas principais economias com a elevação dos juros. Como o efeito dessa elevação nos juros demora para fazer efeito, a retração nas economias deve começar a ser sentida com mais força este ano. Em 2021, a produto interno bruto (PIB) do Brasil cresceu 5% e a expectativa é de que houve uma expansão de 3% em 2022.