Por que o preço da gasolina subiu pela sexta semana consecutiva
Alta de 0,6% no combustível ocorre mesmo com a defasagem da Petrobras em relação ao preço do petróleo no mercado internacional

A pesquisa semanal de preços ao consumidor divulgada pela Agência Nacional de Petróleo nesta segunda-feira, 21, mostrou que a média do preço da gasolina do país teve um aumento pela sexta semana consecutiva, de 0,6% em relação à semana anterior, para 5,05 reais o litro. Já o etanol teve a sétima alta consecutiva, de 1,3%, para 3,84 reais o litro.
As altas ocorrem mesmo sem ter havido alterações nos preços da Petrobras para as refinarias. Elas acontecem, principalmente, devido ao encarecimento do etanol anidro, que compõe 27% da gasolina comercializada no país. Dados da Escola Superior de Agricultura Luiz Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP) mostram que desde o início de setembro o preço do etanol anidro aumentou 13,6%, de 2,878 reais para 3,2710 reais. Já o etanol hidratado, que é comercializado nos postos, cresceu 16,2% no período, de 2,4718 para 2,8733 reais.
O aquecimento no mercado de açúcar, que concorre com a produção do etanol, está provocando a alta dos biocombustíveis. De um lado a demanda pelo produto está maior, e do outro a oferta vem sendo prejudicada pelas chuvas que dificultam a colheita e provocam atrasos na safra deste ano.
Preços internacionais
Os aumentos nos preços dos combustíveis também ocorrem devido à alta do preço do petróleo no mercado internacional, mesmo diante do fato de que o último ajuste feito pela Petrobras ocorreu no início de setembro. Do início de setembro até a segunda-feira 21, o preço dos contratos futuros do petróleo tipo Brent cresceu 3,38%.
Como há no país consumo de combustíveis importados, o mercado nacional sente o impacto da alta internacional. Além disso, a refinaria privatizada de Mataripe, na Bahia, reajusta seus preços semanalmente e pratica preços levemente acima dos da Petrobras.