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Petrobras confirma novo aumento no preço do diesel e da gasolina

Estatal anunciou alta de 5% na gasolina e 14% no diesel nas refinarias; antes mesmo do aumento, Bolsonaro disse que empresa pode criar "caos" no Brasil

Por Larissa Quintino Atualizado em 18 jun 2022, 16h42 - Publicado em 17 jun 2022, 10h20

Com sinal verde do seu conselho de administração e a reclamação prévia do presidente Jair Bolsonaro, a Petrobras anunciou nesta sexta-feira, 17, reajuste nos preços do diesel e da gasolina. Segundo a estatal, a partir de sábado, a gasolina passa de 3,86 reais para 4,06 reais nas refinarias. Já o diesel sobe de 4,42 reais para 5,05 reais.

No caso da gasolina, o reajuste foi feito 99 dias depois do último reajuste (em março) e sobe o preço nas refinarias em 5,2%. Já o diesel tem novo reajuste depois de 39 dias, subindo 14,25%.

A companhia utiliza uma política de paridade de preços internacionais, que leva em conta o preço do barril do petróleo e o câmbio para precificar a gasolina e o diesel nas refinarias. E, apesar dos três reajustes feitos no diesel no ano e os dois na gasolina, os combustíveis aqui ainda estão defasados. Segundo o levantamento da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), em 13 de junho, a gasolina estava defasada em 14% e o diesel em 18%, percentuais acima dos índices de aumentos anunciados nesta sexta.

A chamada política de Preço de Paridade de Importação (PPI) foi adotada em 2016, quando Pedro Parente assumiu a presidência da companhia, com o intuito de recuperar a petrolífera dos prejuízos acumulados a partir do uso da estratégia de preços da empresa para controlar a inflação, durante o governo de Dilma Rousseff.

Na expectativa do anúncio do aumento, Bolsonaro usou suas redes sociais para voltar a criticar a petroleira. “O governo federal como acionista é contra qualquer reajuste nos combustíveis”, afirmou. Bolsonaro afirmou que a estatal “pode mergulhar o Brasil num caos” e usou como argumento a greve dos caminhoneiros em 2018, que parou os transportes do país por dez dias entre maio e junho daquele ano.

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No comunicado divulgando os novos preços nas refinarias, a Petrobras afirma que “é sensível ao momento em que o Brasil e o mundo estão enfrentando e compreende os reflexos que os preços dos combustíveis têm na vida dos cidadãos”. A empresa afirmou que, por isso, tem buscado o equilíbrio com o mercado global e sem fazer o repasse imediato para os preços do mercado interno. “Esse posicionamento permitiu à Petrobras manter preços de GLP estáveis por até 152 dias; de diesel por até 84 dias; e de gasolina por até 99 dias. Esta prática não é comum a outros fornecedores que atuam no mercado brasileiro que ajustam seus preços com maior frequência, tampouco as maiores empresas internacionais que ajustam seus preços até diariamente.”

Interferência

Bolsonaro tenta a qualquer custo se descolar das decisões da Petrobras, seja atacando a petroleira ou tentando interferir em suas decisões. Em um ano, o presidente já demitiu dois presidentes e indicou três nomes para a petroleira. O de Caio Mario Paes de Andrade, secretário do Ministério da Economia, aguarda cumprir um processo de governança para poder passar pela assembleia de acionistas, a fim de que ele possa ser conduzido à cadeira. A cruzada de Bolsonaro para tentar resolver ou se distanciar da alta dos combustíveis — e os respingos disso na inflação e em sua popularidade — fez com que o presidente também trocasse o ministro de Minas e Energia. Em maio, após o reajuste de 9% no diesel, Bento Albuquerque foi substituído por Adolfo Sachsida, também ex-secretário do Ministério da Economia.

Na tentativa de tentar diminuir o preço dos combustíveis, o governo conseguiu articular a aprovação de um projeto que coloca combustíveis e energia como itens essenciais e, assim, limita o ICMS sobre esses produtos. O imposto estadual agora passa a ter um teto de 17%, além disso, o governo deve zerar os impostos federais (PIS/Cofins e Cide Combustíveis) até o fim do ano. Segundo a Petrobras, 24,1% no caso da gasolina fica por parte dos impostos estaduais, 9,5% dos federais e 38,8% vem do preço definido pela estatal na refinaria — justamente o que deve ser reajustado nesta sexta.

Segundo dados do último levantamento do Índice de Preços Ticket Log (IPTL), referente à primeira quinzena de junho, o preço médio do litro do diesel comum no País sofreu um aumento de 0,54% em relação ao fechamento de maio. O combustível foi comercializado a 7,21 reais nos primeiros dias de junho. Já o litro da gasolina ficou menor. No período, o combustível ficou 0,35% mais em conta, com valor médio de 7,52 reais.

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