Economia brasileira avança 1,9% no 1º trimestre sustentada pelo agro
Em valores correntes, o PIB no primeiro trimestre de 2023 totalizou US$ 2,6 trilhões; investimentos recuam e consumo das famílias foi tímido no período
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 1,9% no primeiro trimestre do ano, quando comparado ao trimestre anterior, na série com ajuste sazonal. Frente ao mesmo período de 2022, o PIB cresceu 4,0%. No acumulado dos quatro últimos trimestres, o PIB subiu 3,3% ante os quatro trimestres imediatamente anteriores. Os dados são do IBGE e foram divulgados nesta quinta-feira, 1º.
A recuperação na comparação do trimestre passado, quando houve ligeiro recuo de 0,1%, é puxada principalmente pelo agronegócio. A produção agrícola avançou impressionantes 21,6% no período, repercutindo a safra recorde. A alta do PIB já era esperada pelo mercado, após o avanço de 2,41% registrado pelo IBC-Br, o índice de atividade econômica do Banco Central, porém o ritmo foi acima das expectativas do próprio governo – 1,2% segundo a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, e entre 1,2% e 1,3% esperado pelo mercado financeiro. Em valores correntes, o PIB no primeiro trimestre de 2023 totalizou 2,6 trilhões de reais, sendo 2,2 trilhões de reais referentes ao Valor Adicionado (VA) a preços básicos e 317,1 bilhões de reais aos Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios.
“Problemas climáticos impactaram negativamente a Agropecuária ano passado e esse ano estamos com previsão de safra recorde de soja, que representa aproximadamente 70% da lavoura no trimestre, com crescimento de mais de 24% de produção. A safra da soja é concentrada no primeiro semestre do ano. Ao compararmos o quarto trimestre de um ano ruim com um primeiro trimestre bom, observamos esse crescimento expressivo da Agropecuária”, analisa a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.
O setor de serviços, maior da economia, também avançou, mas de forma bem mais tímida, crescendo 0,6%. Ainda na ótica da produção, a indústria, andou pra trás e caiu 0,1%.
Enquanto a ótica da produção puxou o resultado, as despesas tiveram resultados diferentes. Avançaram o consumo das famílias (0,2%) e as despesas do governo(0,3%). Já os investimentos — Formação Bruta de Capital Fixo — tomaram um tombo de -3,4%. O setor externo registrou variação negativa de 0,4% ao passo que as Importações de Bens e Serviços caíram 7,1%. Com a queda nos investimentos e o consumo fraco, é esperada uma desaceleração da atividade no restante do ano. A estimativa para o PIB para o ano é de 1,26%, segundo o último Boletim Focus.