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Petrobras anuncia US$ 3,4 bilhões em dividendos e mercado festeja

Ações da Petrobras sobem com força nesta sexta-feira 22, em reação ao anúncio de mais dividendos aos acionistas

Por Márcio Juliboni 22 nov 2024, 11h04

A Petrobras anunciou na noite de ontem, 21, o pagamento de 3,4 bilhões de dólares (quase 20 bilhões de reais, pelo câmbio atual) em dividendos extraordinários. A bolada corresponde a um retorno de dividendos (dividend yield) de 3,8% para as ações ordinárias (PETR3) e de 4,1% para as preferenciais (PETR4). Do total anunciado, 15,6 bilhões de reais virão da reserva de dividendos acumulada no terceiro trimestre deste ano. O restante, cerca de 4,4 bilhões, será pago como dividendos intermediários.

O anúncio foi feito junto com a divulgação do plano estratégico de investimentos para o período de 2025 a 2029. Mais do que os valores em si, o que agradou o mercado é a sinalização da Petrobras de que continuará distribuindo dividendos elevados nos próximos anos.

Petrobras (PETR4): Mais dividendos virão, segundo analistas

Três movimentos da estatal reforçam essa expectativa, segundo os agentes financeiros. O primeiro é que a Petrobras elevou sua meta de dívida bruta de 65 bilhões de dólares para 75 bilhões. Ao mesmo tempo, a petrolífera rebaixou sua estimativa de caixa ideal de 8 bilhões de dólares para 6 bilhões. Por fim, a estatal cortou a projeção de investimentos do ano que vem de 21 bilhões de dólares para 18,5 bilhões.

Como se sabe, o caixa de qualquer empresa representa os recursos efetivamente disponíveis em sua “conta corrente” para cumprir suas obrigações, como o pagamento de fornecedores, funcionários e despesas gerais. Ao afirmar que pretende operar com menos dinheiro em caixa, enquanto se permite trabalhar mais endividada, a Petrobras indica que cobrirá essa diferença com endividamento, como empréstimos, financiamentos e a emissão de títulos de dívida.

Como também não planeja investir mais em produção e exploração, a conclusão dos analistas é que o dinheiro no caixa da Petrobras será usado para remunerar os acionistas. Em relatório distribuído a clientes nesta sexta-feira, 22, Vicente Falanga, do Bradesco BBI, e Ricardo França, da Ágora Investimentos, afirmam que esse cenário é viável, mesmo que a cotação do barril de petróleo caísse para cerca de 60 dólares. Atualmente, a commodity é negociada acima dos 70 dólares. “Com isso, continuamos esperando um pagamento de dividendos de US$ 12 bilhões para 2025 (rendimento de 13,5%)”, escreve a dupla.

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O BTG Pactual segue o mesmo raciocínio, em relatório assinado pelos analistas Pedro Soares, Henrique Perez e Bruno Lima. “Embora pensemos que não é provável que a Petrobras empurre a alavancagem para o limite superior do intervalo, a mudança na projeção ainda aponta na direção de dividendos mais elevados, especialmente se fusões e aquisições permanecerem fora de questão”, afirma o trio.

O otimismo dos investidores com a expectativa de receberem bons dividendos faz as ações da Petrobras subirem com força nesta sexta-feira 22. Por volta das 10h50, as ações ordinárias (PETR3) operavam em alta de 2,07% e eram negociadas a 41,94 reais por papel. Já as preferenciais (PETR4) subiam 1,66% para 38,54 reais. No mesmo instante, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, avançava 0,51% para os 127 573 pontos.

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