Pedidos às fábricas nos EUA sobe em fevereiro, mas em ritmo menor

O crescimento desacelerou em relação ao aumento de 1,8% registrado em janeiro, sugerindo um arrefecimento da demanda

Por Luana Zanobia SEGUIR SEGUINDO 2 abr 2025, 11h49

O Índice de Gerentes de Compras (PMI) Industrial do ISM, divulgado nesta sexta-feira, em 3, apresentou um leve aumento, subindo para 49,3% em comparação aos 48,4% de novembro — Indústria (Getty Images/VEJA)

Os pedidos à indústria dos Estados Unidos registrou alta de 0,6% em fevereiro, chegando a US$ 594 bilhões, marcando o segundo mês consecutivo de alta. No entanto, o ritmo de crescimento desacelerou em relação ao aumento de 1,8% registrado em janeiro, sugerindo um arrefecimento da demanda.

Embora os números brutos mostrem um setor manufatureiro ainda em expansão, a desaceleração no crescimento dos pedidos pode refletir um cenário de maior cautela perante às incertezas econômicas. Um fator de incerteza crescente para a indústria americana é o impacto das tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Nesta quarta-feira, o governo do republicano vai anunciar uma série de tarifas no que chamou de “Dia da Libertação”, prometendo impor barreiras comerciais a diversos países para reduzir a dependência de produtos estrangeiros. A estratégia de Trump é fortalecer a indústria do país, mas as cadeias de produção e fornecimento são globais e interconectadas, gerando também efeitos adversos para a indústria do país com essa fragmentação.

A desaceleração dos novos pedidos também levanta questões sobre a resiliência da economia americana em um ambiente de juros elevados. O banco central americano, o Federal Reserve, tem mantido uma postura cautelosa quanto a cortes nas taxas de juros, temendo um ressurgimento da inflação. Isso significa que as empresas estão operando em um ambiente de crédito mais caro, o que pode restringir investimentos e crescimento no setor industrial. O aumento dos estoques pelo quarto mês consecutivo sugere que a demanda não está acompanhando a produção no mesmo ritmo, o que pode forçar ajustes no futuro.

Para os investidores, os próximos meses serão cruciais para entender se a desaceleração é um soluço temporário ou um prenúncio de tempos mais difíceis para a manufatura americana.