Payroll: EUA criam 119 mil vagas em setembro e superam projeções
Apesar de criar o dobro do esperado, o Payroll revela um mercado de trabalho que perde vigor e ainda enfrenta um apagão estatístico após o shutdown
O relatório de emprego dos Estados Unidos para setembro, finalmente divulgado após seis semanas de atraso por causa do shutdown federal ,registrou a criação de 119 mil vagas, superando com folga as expectativas do mercado (51 mil). “O relatório trouxe números mais positivos, que indicam que o mercado de trabalho ainda mantém certo fôlego”, avalia Claudia Moreno, economista do C6 Bank.
A fotografia geral ainda mostra um mercado historicamente apertado – o país tem registrado, em média, 62 mil contratações por mês -, mas os detalhes começam a revelar rachaduras. O Departamento do Trabalho revisou para baixo os dados recentes, retirando 33 mil vagas das estimativas de julho e agosto. Com isso, agosto, antes divulgado como positivo, passou a mostrar 4 mil demissões. A taxa de desemprego subiu de 4,3% para 4,4%, e o número total de desempregados avançou para 7,6 milhões, ambos acima dos níveis de um ano atrás. Não é um movimento capaz de desalojar previsões ou gerar pânico, mas reforça a percepção de um esfriamento gradual. Ainda assim, trata-se de um desemprego baixo pelos padrões históricos dos EUA, insuficiente para caracterizar uma deterioração relevante.
O mercado está, portanto, ainda apertado, mas menos apertado do que antes. Essa robustez continua alimentando pressões inflacionárias. Os salários subiram 0,2% em setembro e 3,8% em 12 meses. Para Moreno, esse ritmo de crescimento segue pressionando preços, sobretudo nos serviços, setor mais sensível ao avanço da renda. “O Fed, cada vez menos confiante de que a inflação está sob controle, terá dificuldade em ignorar esse dado”, diz ela. A combinação entre mercado ainda firme e salários resilientes reduz, na visão da economista, a probabilidade de um corte de juros na reunião de dezembro.
A leitura do mercado de trabalho também ficará mais difícil nas próximas semanas. Outubro não terá qualquer dado oficial: a paralisação do governo impediu o Departamento do Trabalho de coletar as informações domiciliares. Como a coleta não pode ser refeita, o mês simplesmente desaparece das estatísticas. Isso obriga o Federal Reserve a operar com menos visibilidade justamente quando tenta calibrar sua estratégia de política monetária.
A falta que faz o Ensino Superior aos maiores influenciadores do Brasil
A estreia de Fafá de Belém no TSE da ministra Cármen Lúcia
A falha do governo Lula que surpreendeu até o presidente petista da CPI do Crime Organizado
‘Ele lutou contra a lei e a lei venceu’, diz ‘The Guardian’ às vésperas de prisão de Bolsonaro
O esquema de doações de Pix desviadas por repórter da Record







