Passagem área é a mais cara da última década
O preço médio do bilhete aéreo no mercado doméstico ficou na faixa de 682,60 reais no mês de maio, 22% mais caro frente ao período pré-pandemia
O preço das passagens aéreas continua escalando. O valor médio do bilhete aéreo comercializado no mercado doméstico ficou na faixa de 682,60 reais no mês de maio, de acordo com dados divulgados pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Esse é o maior preço da última década, com uma alta semelhante registrada em dezembro de 2012.
Na comparação com o mesmo mês de 2019, período anterior à crise sanitária, as passagens estão 22% mais caras. Dos bilhetes vendidos, 21,2% custaram até 300 reais, 45% foram comercializados abaixo de 500 reais, e 7% custaram mais de 1,5 mil reais. Os maiores aumentos são registrados na Azul, com passagens de 777,75 reais, e na Gol, com preço médio de 641,89 reais. Os preços são, consecutivamente, 26,97% e 19,34% maiores que o registrado antes da pandemia.
O setor aéreo foi um dos mais penalizados durante a pandemia com o fechamento das fronteiras. A reabertura econômica pós-pandemia e a retomada das viagens eram vistas com grande otimismo para a recuperação do setor, mas a guerra no Leste Europeu acabou bagunçando novamente o cenário.
A escalada nos preços dos combustíveis tem esmagado as margens das companhias. O querosene de aviação representa aproximadamente um terço dos custos das empresas e já acumula alta de 70% no ano, segundo cálculo da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear). Mesmo com a queda recente no preço do barril do petróleo, a alta do dólar não deve ajudar a aliviar muito a situação das aéreas brasileiras, que obtêm receitas em real, mas possuem custos dolarizados.