Parlamento quer aumentar imposto para turistas na França
Projeto prevê reajuste do imposto sobre hospedagem de 1,50 euro para 8 euros por dia e criação de uma taxa adicional de 2 euros para hotéis na região de Paris
A Assembleia Nacional da França elaborou uma proposta para aumentar o limite máximo dos impostos sobre diárias em hotéis no país, de 1,50 euro (2,05 dólares) para 8 euros (10,95 dólares) por hóspede, próximo das taxas cobradas em outras cidades europeias, como Berlim, Roma e Bruxelas. Os deputados também propuseram a criação de um imposto adicional de 2 euros sobre diárias em hotéis localizados na Ilha de França, região que inclui Paris, para financiar o transporte público local. As informações são do jornal britânico The Telegraph. O projeto ainda precisa passar pelo Senado.
Apesar de os parlamentares do Partido Socialista, o mesmo do presidente François Hollande, terem proposto o projeto, o governo se posicionou contra. Segundo o Ministério das Relações Exteriores do país, as medidas são “perigosamente e totalmente contraditórias para o desenvolvimento do turismo, setor que é prioridade para a criação de empregos e para as contas externas da França”. Atualmente, o turismo representa mais de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) do país e emprega dois milhões de franceses. Para o chanceler Laurent Fabius, as medidas precisam ser necessariamente descartadas.
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Atualmente, os turistas que viajam à França precisam pagar o “imposto da cidade”, também chamado de “imposto do turista”. O tributo é recolhido pelo proprietário da acomodação e varia entre 0,20 euro (0,27 dólares) e 1,50 euro (2,05 dólares), de acordo com a classificação do hotel e da cidade. Os hotéis parisienses estão entre os mais caros da Europa. De acordo com Índice de Preços de Hotéis do site Trivago, um quarto em Paris em junho de 2014 custa 220 euros (303 dólares), ante 189 euros (256 dólares) em Florença, 182 euros (250 dólares) em Amsterdam e 145 euros (199 dólares) em Barcelona. Das quinze cidades europeias listadas no Índice, Paris fica apenas atrás de Veneza (262 euros ou 359 dólares) e Londres (240 euros ou 329 dólares).
O presidente-executivo da rede de hotéis Accor, Sébastien Bazin, disse em uma entrevista para o jornal francês Le Journal du Dimanche que os novos impostos eram “imorais, impossíveis e perigosos”, podendo retirar da capital francesa o título de principal destino turístico do mundo.
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