Por Silvio Cascione
SÃO PAULO, 1o de dezembro (Reuters) – O governo brasileiro ampliou nesta quinta-feira o leque de ações contra uma desaceleração abrupta da economia e voltou a prometer recursos para o Fundo Monetário Internacional (FMI), impondo condições para uma maior atuação na instituição.
O pacote anunciado pelo Ministério da Fazenda sustentou a alta de mais de 2 por cento do Ibovespa, mas investidores alertavam que as medidas fiscais diminuem o espaço para uma redução mais agressiva da Selic no longo prazo, com as projeções mais longas de juros futuros subindo na BM&FBovespa.
Entre as decisões do governo estão a redução de 2 por cento para zero da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de investimentos estrangeiros em ações na bolsa, além de cortar de 3 para 2,5 por cento a alíquota do IOF que incide sobre o crédito a pessoas físicas.
Na noite de quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) já havia reduzido a taxa Selic em 0,50 ponto percentual pela terceira reunião seguida, cumprindo a expectativa de analistas, que previam juro a 11 por cento no fim do ano.
As medidas do governo para estimular o crescimento descolaram o mercado local do exterior, onde as bolsas se mantiveram perto da estabilidade ao longo do dia.
Na agenda norte-americana, o índice de atividade manufatureira avançou de 50,8 para 52,7 em novembro, maior nível desde junho, com o crescimento das novas encomendas. Além disso, o gasto com construção cresceu mais do que o esperado em outubro, em 0,8 por cento, para uma taxa anual de 798,53 bilhões de dólares.
No entanto, os novos pedidos de auxílio-desemprego tiveram alta inesperada na semana passada, levando o total de requisições para acima de 400 mil pela primeira vez um mês e reforçando a avaliação de que o combalido mercado de trabalho está se recuperando apenas lentamente.
Em Brasília, após encontro com a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o governo brasileiro reafirmou a intenção de colocar mais recursos no Fundo Monetário Internacional (FMI), mas desde que haja o compromisso de países europeus de reforçar a capacidade financeira da instituição multilateral, além de aumentar a cota para o Brasil no Fundo.
Na sexta-feira, o mercado aguarda números sobre a produção industrial no Brasil, às 9h, e sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos, às 11h30.
Veja como ficaram os principais mercados nesta quinta-feira:
CÂMBIO
O dólar fechou a 1,8025 real, em baixa de 0,57 por cento frente ao fechamento anterior.
BOVESPA O Ibovespa fechou com alta de 2,23 por cento, a 58.143 pontos. O volume financeiro na bolsa foi de 6,94 bilhões de reais.
ADRs BRASILEIROS Às 18h16, o índice dos principais ADRs brasileiros subia 1,47 por cento, a 29.866 pontos.
JUROS <0#2DIJ:>
Às 16h24, o DI janeiro de 2013 subia a 9,740 por cento ao ano ante 9,630 por cento no ajuste anterior.
EURO
A moeda comum europeia era cotada a 1,3466 dólar, ante 1,3441 dólar no fechamento anterior.
GLOBAL 40
O título de referência dos mercados emergentes, o Global 40, subia para 131,000 por cento do valor de face, oferecendo rendimento de 2,218 por cento ao ano.
RISCO-PAÍS <11EMJ>
O risco Brasil caía 12 pontos, para 216 pontos-básicos. O EMBI+ perdia 10 pontos, a 360 pontos-básicos.
BOLSAS DOS EUA
O índice Dow Jones perdia 0,16 por cento, a 12.026 pontos, o S&P 500 caía 0,15 por cento, a 1.245 pontos, e o Nasdaq tinha valorização de 0,36 de 2.629 por cento, aos xxxx pontos.
PETRÓLEO
Na Nymex, o contrato de petróleo mais curto caiu 0,16 dólares, a 100,20 dólares por barril.
TREASURIES DE 10 ANOS
O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos, referência do mercado, caía, oferecendo rendimento de 2,1101 por cento ante 2,072 por cento no fechamento anterior.
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(Reportagem de Silvio Cascione; Edição de Patrícia Duarte)