SÃO PAULO, 18 de outubro (Reuters) – Os mercados internacionais ensaiavam alguma recuperação nesta terça-feira, mas ainda se ressentiam de preocupações com a economia global, desta vez intensificadas pelo crescimento menor da China e pelo alerta sobre o rating da França.
Numa sessão volátil, as bolsas de valores em Nova York operavam em alta, patrocinando perdas menores na Bovespa e a reversão do dólar, que passava a cair ante o real após subir quase 1 por cento pela manhã.
O clima de cautela, no entanto, ainda predominava, depois de a agência de classificação de risco Moody’s alertar na segunda-feira que pode colocar o rating “Aaa” da França em perspectiva negativa nos próximos três meses se os custos para socorrer os bancos e outros países da zona do euro forem muito grandes.
Em resposta, Paris insistiu que sua nota de crédito está a salvo, mas admitiu que o crescimento econômico deve ficar abaixo da meta e que mais aperto de cinto pode ser necessário antes das eleições do ano que vem.
Investidores seguiam atentos ao noticiário envolvendo a crise de dívida na zona do euro. Segundo fontes, a chanceler alemã, Angela Merkel, espera que os líderes europeus desenvolvam um “plano de trabalho” para a Grécia num encontro em 23 de outubro, incluindo possivelmente uma missão permanente da “troika” para monitorar a dívida do país.
A abertura negativa dos mercados também decorreu de notícias da Ásia. O Produto Interno Bruto (PIB) da China teve um crescimento anual de 9,1 por cento no terceiro trimestre, marcando o terceiro trimestre seguido de arrefecimento.
Foi o menor ritmo de expansão desde o começo de 2009, o que alimentava temores de que a desaceleração da segunda maior economia do mundo possa afetar a já fraca recuperação global
Do lado doméstico, os agentes souberam que a economia brasileira criou 209.078 postos de trabalho com carteira assinada em setembro, o pior resultado para o mês em cinco anos, segundo dados do Ministério do Trabalho.
O dado ajudava a sustentar os contratos de juros futuros negociados na BM&FBovespa em baixa, na véspera da decisão de política monetária.
Veja a variação dos principais mercados às 13h35 desta terça-feira:
CÂMBIO
O dólar era cotado a 1,7620, em queda de 0,42 por cento frente ao fechamento anterior.
BOVESPA O Ibovespa caía 0,46 por cento, para 53.664 pontos. O volume financeiro na bolsa era de 1,9 bilhão de reais.
ADRs BRASILEIROS O índice dos principais ADRs brasileiros tinha alta de 0,39 por cento, a 28.677 pontos.
JUROS <0#2DIJ:>
O DI janeiro de 2012 apontava 11,140 por cento ao ano, ante 11,177 por cento no ajuste anterior.
EURO
A moeda comum europeia era cotada a 1,3720 dólar, ante 1,3740 dólar no fechamento anterior nas operações norte-americanas.
GLOBAL 40
O título de referência dos mercados emergentes, o Global 40, caía a 131,375 por cento do valor de face, oferecendo rendimento de2,365 por cento ao ano.
RISCO-PAÍS <11EMJ>
O risco Brasil subia 2 pontos, para 234 pontos-básicos. O EMBI+ subia 3 pontos, a 369 pontos-básicos.
BOLSAS DOS EUA
O índice Dow Jones tinha alta de 0,53 por cento, a 11.457 pontos; o S&P 500 subia 0,77 por cento, a 1.210 pontos, e o Nasdaq subia 0,48 por cento, a 2.627 pontos.
PETRÓLEO
Na Nymex, o contrato de petróleo de vencimento mais próximo subia 1,25 dólar, a 87,65 dólares por barril.
TREASURIES DE 10 ANOS
O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos, referência do mercado, subia, oferecendo rendimento de 2,1266 por cento ante x por cento no fechamento anterior.
(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no terminal de notícias da Reuters pelo código )
(Por José de Castro; Edição de Isabel Versiani)