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País ganha primeiro fundo de renda fixa com aplicação inicial de R$ 10

Fundo de investimento terá remuneração média de 1% ao mês, bem maior do que a do Tesouro Direto, que hoje paga 6,5% ao ano

Por Ana Paula Machado
Atualizado em 11 set 2018, 15h28 - Publicado em 10 set 2018, 17h27

Um novo fundo de investimento chegou ao mercado brasileiro nesta segunda-feira. Trata-se do primeiro ETF (do inglês – Exchange Trade Fund – que significa fundo negociado em bolsa) de renda fixa do Brasil, desenvolvido pelo grupo financeiro Mirae Asset Global Investments.

Na prática, o ETF de Renda Fixa é um investimento que segue o desempenho de um índice, pois contém os mesmos ativos e busca refletir integralmente as variações e rentabilidade dos índices negociados na Bovespa. “Queremos atingir, principalmente, o investidor com perfil de renda fixa”, afirmou o diretor de Investimentos da Mirae Asset no Brasil, André Pimentel

Pablo Spyer, diretor da corretora Mirae Asset, explicou que o novo fundo de investimento será lastreado ao Contrato Futuro de Taxa Média de Depósitos Interfinanceiros de Um Dia (DI1) e que compreende o período aproximado de três anos. Spyer disse, ainda, que o DI1 tem uma rentabilidade média de 1% ao mês. O Tesouro Direto, que é o uma das aplicações de renda fixa mais populares no Brasil, tem como remuneração 6,5% ao ano, que é a taxa Selic. “É uma taxa bem atrativa. Queremos atingir o pequeno investidor”, disse Spyer. O valor mínimo para investir inicialmente no fundo é de 10 reais, que é equivalente a 1 cota.

A taxa de administração do ETF da Mirae será de 0,3% ao ano, valor menor se comparado a outros fundos de renda fixa tradicionais. O fundo também poderá atrair investidores estrangeiros por conta da possibilidade do benefício fiscal, que inclui a isenção de IR e zero de IOF. “Ao adquirir cotas do ETF de Renda Fixa, o investidor passa a deter ativos de renda fixa da carteira teórica do índice de referência, sem a necessidade de comprá-los no mercado, o que poderia envolver mais custo nessas negociações”, disse Pimentel.

A indústria de fundos do Brasil tem hoje 4,3 trilhões de reais e, pouco menos de 50% está alocado em fundos de renda fixa, conforme classificação da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima). Ou seja, são mais de 1,9 trilhão de reais já alocados nesta classe de ativos. Só o Tesouro Direto, que atende apenas pessoas físicas, possui um montante de 48,8 bilhões de reais, contando com mais de 2,2 milhões de reais de investidores. Dessa forma, o potencial de crescimento para o ETF de Renda Fixa, segundo Pimentel, é muito expressivo, pois globalmente existem mais de 5,5 mil ETFs com patrimônio aproximado de 4,8 trilhões de dólares.

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A investida da Mirae Asset evidencia uma tendência global, já que a companhia coreana opera nesta categoria de fundo em mercados como Estados Unidos, Europa e Ásia. O grupo está entre os 20 maiores em gestão de ETFs do mundo com gerenciamento de patrimônio estimado em 1,5 trilhão de reais, sendo que os ETFs representam mais de 110 bilhões de reais deste montante.

O governo federal regulamentou a tributação desta categoria de fundo para estimular seu desenvolvimento no país. Em maio deste ano, o Tesouro Nacional publicou no Diário Oficial da União um edital para selecionar um gestor para o ETF de Renda Fixa. A emissão inicial será de 300 milhões de reais em títulos públicos e a gestora selecionada terá um prazo de 18 meses para lançar o produto. O ETF da Mirae, no entanto, não será atrelado ao Tesouro.

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