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Chocolate representa só 27% do custo do ovo de Páscoa

Segundo estudo, restante do preço é formado por embalagem, mão de obra e transporte; indústria diz que é mais caro fabricar ovos do que linha tradicional

Por Clara Valdiviezo Atualizado em 16 abr 2019, 15h37 - Publicado em 16 abr 2019, 08h00

Os túneis de ovos de Páscoa invadem os supermercados. E não são só os ovos que estão nas alturas, os preços também. O produto chega a custar mais que o triplo de seu equivalente em barra.

O chocolate corresponde apenas a 27% do valor do ovo de Páscoa para o consumidor, segundo estudo da consultoria de varejo Azo Negócios. O restante do preço é dividido pela embalagem (16%), pela mão de obra para montar o produto (18%) e por demais gastos (39%), como brindes (brinquedos), armazenamento, transporte e seguro.

Enquanto um ovo de Páscoa Alpino de 350 gramas custa 62,99 reais em loja da zona norte de São Paulo, o consumidor poderia comprar quatro barras de 100 gramas cada uma do mesmo chocolate por 23,96 reais. Já o ovo Laka de 170 gramas é encontrado por 30,99 reais, enquanto o equivalente em barra custaria 9,98 reais –duas barras de 90 gramas cada uma.

As indústrias justificam a diferença de preço a custos de produção maiores, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab).

(Arte/VEJA)

 

Entre os principais motivos apontados pela Abicab para o preço elevado dos ovos, estão as embalagens diferenciadas, os gastos a mais com transporte e armazenamento e a contratação de trabalhadores.

Produção: a característica do produto é um fator que exige dos fabricantes processos especiais de produção. O chocolate tradicional é feito em linhas automatizadas, enquanto os ovos são elaborados, em boa parte, manualmente.

Armazenamento e transporte: os ovos ocupam três vezes mais espaço do que os chocolates comuns, portanto os gastos com transporte e armazenagem são o triplo, segundo a indústria. É necessário também ter condições de temperatura controladas desde a saída do produto da linha de fabricação até a chegada ao ponto de venda.

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Embalagem: o processo de embalagem é manual e utiliza matéria-prima maior e mais sofisticada do que a de uma linha de chocolates regular. São utilizados na produção da Páscoa itens diferenciados, como papel-alumínio, folhas do tipo celofane, etiquetas e fitas.

Trabalhadores: as indústrias precisam contratar profissionais temporários, que, muitas vezes, permanecem em atividade nas companhias por até seis meses. Só neste ano, foram gerados mais de 18.000 empregos temporários, sendo 30% destes destinados a fábricas e 70% a pontos de vendas. Os funcionários contratados trabalham na fabricação, na embalagem, na armazenagem, na distribuição e na promoção do produto.

Varejo

Outro fator que também influencia no preço dos ovos de Páscoa é a margem de lucro do varejo. “A vontade de comprar é maior do que a razão da compra. Como as pessoas consomem por impulso, o mercado vê oportunidade de aumentar seu lucro”, afirma Edson Machado, especialista em gestão de inovação em varejo do Ibmec. Prova disso, é que, “após o domingo de Páscoa, os ovos continuam os mesmos, mas os preços caem”, segundo Machado.

O trabalho de marketing realizado na produção e promoção do produto também tem impacto no custo, segundo André Braz, coordenador do IPC da FGV. “Todo processo de marketing investido agrega valor ao produto. É como maquiar o chocolate”, afirma.

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As vendas do varejo voltadas para a Páscoa deste ano devem crescer 1,5% em relação ao ano passado, segundo estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Se confirmada a projeção, será o terceiro ano seguido de crescimento real das vendas, apesar de o ritmo ser inferior ao do ano passado, quando aumentou 2%. A pesquisa mostra ainda que os chocolates, carro-chefe das vendas da Semana Santa, estão, em média, 5,7% mais caros neste ano.

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