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Os sinais de Itaú, Santander e Bradesco sobre a grande aposta de Bolsonaro

Bancões indicam que não devem ofertar crédito consignado do Auxílio Brasil; Bolsonaro se encontra com instituições financeiras e deve discutir o produto

Por Larissa Quintino Atualizado em 8 ago 2022, 14h28 - Publicado em 8 ago 2022, 13h06

Em sua tentativa de crescer na corrida eleitoral que pode reconduzi-lo à presidência, Jair Bolsonaro (PL) tem no Auxílio Brasil, programa de transferência de renda aos mais pobres que sucedeu o Bolsa Família, uma grande aposta. Para tentar turbinar os efeitos do programa, o presidente sancionou na última semana a permissão de empréstimo consignado para beneficiários do auxílio. No entanto, o plano de Bolsonaro pode enfrentar resistência justamente em sua oferta. Os grandes bancos, eleitos os adversários do momento pela base do presidente, indicam que não devem ofertar a linha de crédito.

A VEJA, Itaú, Bradesco e Santander afirmaram entre o fim da manhã e o início da tarde desta segunda-feira, 8, que não oferecem produtos de crédito consignado aos beneficiários do Auxílio Brasil. Via assessoria de imprensa, o Itaú destacou que não tem perspectiva de vir a oferecer a linha. Na última sexta-feira, Octávio de Lazari Junior, presidente do Bradesco, afirmou que o banco também não deve operar o produto. “Não se trata de uma aposentadoria ou pensão, mas um benefício a pessoas que estão em dificuldades. Portanto, o Bradesco não vai operar nessa carteira. Estamos falando de pessoas vulneráveis”, disse Lazari Junior durante evento de apresentação dos resultados do Bradesco. “Ninguém consegue prever onde vai chegar o índice de inadimplência”, completou. Em nota, o banco afirma que “a princípio” não vai oferecer o benefício. Também a VEJA, o Banco do Brasil afirmou que analisa a possibilidade de operar a linha de crédito. 

A discussão sobre os juros e a oferta do consignado do Auxílio Brasil é uma das pautas na mesa do encontro de Bolsonaro com os bancos a ser realizado nesta segunda-feira. Segundo o Radar Econômico, o presidente deve pedir para que os bancos limitem as taxas de juros para empréstimos consignados a beneficiários do Auxílio Brasil.

O crédito consignado é uma das linhas de crédito consideradas mais seguras aos bancos, já que o pagamento é feito via desconto na folha salarial, no caso de trabalhadores com carteira assinada, ou no benefício, no caso de aposentados e pensionistas do INSS. Ao autorizar que os bancos operem linhas de crédito no Auxílio Brasil, o governo avaliza que parte dos 600 reais do benefício seja descontada pelo banco para pagar, com juros, o dinheiro tomado. O texto autoriza uma margem consignável de 40% do dinheiro recebido, ou seja, os bancos podem descontar até 240 reais dos 600 reais mensais do benefício para o pagamento do empréstimo. Não há uma limitação do prazo para pagamento do contrato ou taxas de juros indicada.

 

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