Os motivos que embalam a alta do Ibovespa rumo à máxima histórica
Bolsa caminha para sua nona alta consecutiva, com investidores otimistas com os dados mais recentes da economia americana e a 'prévia do PIB' em alta

O Ibovespa inverteu o sinal e passou a operar em queda no meio da tarde desta sexta-feira, 16, acompanhando as bolsas internacionais. O resultado da semana, porém, é positivo: o índice está próximo de bater sua máxima histórica.
O principal índice da B3 renovou hoje seu maior nível histórico intradiário ao tocar os 134.781 pontos. Perto das 16h, o indicador operava em queda de 0,1, aos 134.033 pontos. O índice precisa de uma alta de 0,03 no dia para renovar a máxima de fechamento, que é de 134.193 pontos.
O grande impulso para o Ibovespa na semana vem, mais uma vez, do exterior. Recentemente, no dia 5 de agosto, os mercados experimentaram a chamada “segunda-feira sangrenta”, quando temores de uma recessão nos Estados Unidos e uma alta de juros no Japão guiaram um ajuste para diversos índices globais.
Agora, investidores calibram novamente o risco de uma recessão após dados recentes da economia americana, como no caso dos números melhores do varejo e pedidos de auxílio-desemprego. Cresce, nesse contexto, a leitura de que haverá uma recessão branda nos Estados Unidos, mas com espaço para que o Federal Reserve, o banco central americano, inicie uma rodada de corte de juros em breve para levar a inflação à meta de 2%.
“A expectativa de cortes nas taxas de juros pelo Fed já no mês que vem animou novamente os investidores globais e favoreceu bolsas de mercados emergentes, como o Brasil e o México”, afirma Eduardo Plastino, analista de renda variável da Alta Vista Research. O especialista menciona também como fator positivo para o Ibovespa a continuidade do fluxo estrangeiro para ações brasileiras, após julho ter sido o primeiro mês do ano de entrada de recursos.
Motivos internos também amparam a alta do Ibovespa. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), divulgado hoje, mostrou um crescimento da economia brasileira acima das expectativas, endossando a robustez da atividade local, segundo Fernando Bresciani, analista de investimentos do Andbank.
“Os resultados do primeiro e segundo trimestres das empresas também foram sólidos, com recuperação de margens e redução da alavancagem”, acrescenta Bresciani. “Isso torna as ações mais atraentes, pois o aumento dos lucros não tem sido acompanhado por um aumento proporcional nos preços das ações, tornando-as mais baratas.”
Profissionais do mercado financeiro também destacam os níveis baixos em que opera o Ibovespa em relação à média histórica, o que abre espaço para que a valorização continue, mesmo com os recordes. “A bolsa brasileira está descolada de outros mercados em dólar este ano. Portanto, acreditamos que há espaço para mais valorização”, complementa Plastino.