Os bilhões do BNDES liberados para o agro e a promessa para a indústria
Linha de crédito de 2 bilhões de reais estará disponível para produtores que possuem operação em dólar e deve ser replicada para outros setores

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), Aloizio Mercadante, anunciou uma linha de crédito no valor de 2 bilhões de reais para o produtor rural. Há apenas um pré-requisito para o acesso a esse dinheiro: o agricultor tem de apresentar operação em dólar. Ou seja, fazer exportação.
Essa linha de financiamento, possui taxa de juros fixa de 7,59% ao ano, além da variação do câmbio. “É uma taxa muito abaixo da Selic. Não queremos transferir ao produtor risco cambial”, afirmou Mercadante. Uma linha de crédito nos mesmos moldes está sendo desenhada para a indústria e para o setor de serviços. Além disso, o programa possui 24 meses de carência e limite de até 120 meses para pagamento. “Garantimos o risco e ajudamos a diminuir crise de confiança. É melhor do que qualquer outra linha no mercado hoje – e não pesará no Tesouro”, disse.
Os valores de crédito devem ser usados, necessariamente, para aquisição de máquinas e equipamentos agrícolas de fabricação nacional para ampliação da mecanização, a renovação e atualização tecnológica da frota de tratores e colheitadeiras agrícolas, viabilizando maior produtividade no campo. “Queremos uma agricultura de precisão, que inova, tem eficiência e que seja digitalizada”, afirmou Mercadante, que disse ainda que linhas de crédito estão voltando ao país pelo “compromisso em combater o desmatamento”. “Isso favorece a ampla maioria dos produtores. Queremos impulsionar empresários no campo”, disse.
Alguns resultados da comitiva que visitou a China, na semana passada, devem começar a aparecer. Segundo o presidente do BNDES, a viagem foi frutífera. “Devemos fechar nos próximos dias um empréstimo de 750 milhões de dólares junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento”, completou. Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro afirmou que a medida deve gerar emprego e crescimento da economia. “Discordamos do momento da taxa de juros do Banco Central, mas não podemos ficar só lamentando. Precisamos buscar alternativas”, disse.