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O que esperar da Superquarta dos juros nos Brasil e nos EUA

Disputa dentro do FOMC e o tom do Copom atraem as atenções e dão sinais do que vem por aí

Por Camila Pati 5 dez 2025, 12h36

Na próxima quarta-feira, 10, a Superquarta volta ao centro do mercado com as decisões de juros do FOMC, nos Estados Unidos,  e do Copom, no Brasil. Nos Estados Unidos, a aposta majoritária, 87% segundo o FedWatch nesta sexta-feira 5, é de mais um corte de 0,25 ponto, repetindo o movimento de outubro.

Apesar das falas contraditórias de dirigentes, analistas ainda projetam corte. “Nosso acompanhamento das falas dos membros votantes indica que há uma pequena maioria favorável ao corte de juros em dezembro”, afirma Luis Cezario, economista-chefe da Asset.

Marcos Freitas, da AF Invest também vê  dados influenciando a decisão. Para ele, o enfraquecimento recente do mercado de trabalho pesa mais que a divisão interna. “O último payroll mostrou crescimento da taxa de desemprego pelos dados semanais de demissões e contratações”, diz.

O cenário pró-corte se apoia no risco de deterioração do mercado de trabalho e na visão de que o impacto das tarifas de importação na inflação será temporário. O grupo contrário argumenta que os Estados Unidos operam perto do pleno emprego e que a inflação segue persistente acima da meta, o que justificaria mais cautela em um ambiente em que a política monetária já está próxima do nível neutro.

“A profunda divisão dentro do FOMC pode fazer com que o comitê opte por ser mais cauteloso em sua comunicação sobre os passos futuros”, afirma Cezario. Ele lembra que estímulos fiscais e condições financeiras mais frouxas podem acelerar a atividade no início de 2026.

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Com a decisão já precificada, investidores miram a primeira reunião de 2026. “É nessa próxima que vamos sentir se o FED vai seguir reduzindo juros como uma taxa neutra ou se teremos uma pausa, pelo menos até a troca de presidente da instituição”, afirma Freitas.

No Brasil, atenção está voltada para os sinais do comunicado

No Brasil, a expectativa é de manutenção da Selic em 15% ao ano, com foco total no tom do comunicado. A combinação de inflação mais fraca e PIB do terceiro trimestre deve dar confiança ao Copom de que o aperto monetário está funcionando, avalia Cezario.

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“O comunicado poderá trazer ajustes nos trechos que descrevem que a política monetária deve permanecer em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado”, afirma.

Cezario alerta que juros reais próximos de 10% por muito tempo podem pesar sobre a economia, especialmente no segundo semestre de 2026. No primeiro semestre, a política fiscal tende a atuar na direção oposta, com aumento real do salário mínimo, isenção de IR até 5 mil reais e expansão dos investimentos públicos. Esses efeitos, porém, devem perder força ao longo do ano.

“Por outro lado, teremos os efeitos defasados e cumulativos do aperto monetário afetando o canal do crédito e o balanço das famílias e das empresas”, afirma o economista, que vê necessidade de um ciclo de cortes.

Freitas, da AF Invest, acredita que o Copom será cauteloso e não deve iniciar cortes já em janeiro. “Deve ficar para a reunião de março. O que esperamos mesmo são mudanças importantes na comunicação, que vão realmente dar o cenário para a reunião de janeiro”, afirma.

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