O mundo está ficando mais Brasil? Galípolo acha que sim
"Tema de incerteza e volatilidade parece estar um pouco mais espalhado no mundo", disse o presidente do BC nesta segunda-feira

Em um dia marcado pela forte queda das bolsas asiáticas e europeias em reação ao tarifaço imposto por Donald Trump, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, falou sobre a crescente incerteza global, afirmando que esta segunda-feira 7 prova que a dificuldade de fazer projeções econômicas para o futuro não é exclusividade do Brasil.
“O tema de incerteza e volatilidade parece estar um pouco mais espalhado no mundo”, disse o presidente do BC na abertura da entrega do Prêmio Ranking Top 5 do Banco Central. A premiação reconhece as melhores projeções feitas pelos respondentes da pesquisa Focus, feita semanalmente pelo BC com os analistas de mercado e economistas.
“Já dizia um dos pais da física quântica que fazer projeções são especialmente difíceis sobre o futuro. No Brasil, esse é um ditado que valeria com alguma ênfase maior, mas o dia de hoje está mostrando que talvez não só no Brasil”, disse o presidente do BC.
Segundo Galípolo, todo mundo que estudou economia alguma vez na vida achou que os índices de volatilidade e incerteza do Brasil pudessem migrar para economias mais avançadas com o tempo e ficar mais parecidos. “Eu sempre achei que era porque a gente ia se aproximar deles, e não o caminho contrário”, disse.
O presidente exaltou ainda em sua fala a importância da pesquisa Focus para a política monetária. “As decisões do presente serão formadas pelas expectativas do futuro. Essa lógica de mão dupla torna esse ferramental que é o Focus tão relevante para subsidiar a formulação da política monetária.”