O dólar e as perspectivas de juros altos por mais tempo nos Estados Unidos
Payroll mais positivo que o esperado muda estimativas sobre decisões do banco central americano e impacta nos principais ativos do país

O payroll de janeiro, que traz os números da criação de empregos nos Estados Unidos, surpreendeu até as projeções mais otimistas e levou a uma mudança nas perspectivas dos juros americanos e, consequentemente, do dólar. No mês, foram criadas 517 mil vagas, mais que o triplo da previsão dos economistas da Bloomberg e o dobro do mês anterior. O índice de desemprego, por sua vez, caiu para 3,4%, o patamar mais baixo em décadas.
Junto com a inflação, a criação de empregos baliza a taxa de juros fixada pelo Federal Reserve Bank. Com a surpresa, as projeções do mercado de que poderia haver estagnação ou apenas mais uma leve alta de 0,25 ponto percentual pelo banco central americano foram revistas, o que impacta os principais ativos do país.
Com a perspectiva de juros altos por mais tempo, reforçada pelo último payroll mas já sinalizada na decisão do Fed na última quarta-feira, 1º, as principais bolsas americanas caem nesta segunda-feira, 6, se somando às baixas da sexta-feira. Além do S&P 500, a Nasdaq opera no terreno negativo.
Como era de se esperar, o índice dólar, que reflete a força do dólar em relação a uma cesta de moedas, principalmente o euro, voltou a se valorizar após um período de queda. No Brasil, o real perde força em relação ao dólar devido a esse cenário internacional, saindo dos 5,045 reais na última quinta-feira para 5,175 às 16h30 dessa segunda-feira, 30.