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O dado em que Lula se agarra para tentar bater Bolsonaro

Jogar luz no aumento recorde da inadimplência e endividamento e em salários sem reajustes são as estratégias da campanha, enquanto inflação desacelera

Por Luana Zanobia Atualizado em 26 ago 2022, 17h45 - Publicado em 26 ago 2022, 15h09

O desempenho do candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em entrevista ao Jornal Nacional foi, em geral, bem avaliado pelo mercado. Embora tenha sido pouco propositivo acerca de medidas que devem ser tomadas caso reeleito, o ex-presidente aproveitou a oportunidade para enaltecer a sua gestão (2003-2011). Em um dos momentos, Lula falou sobre a inadimplência, que alcançou a menor taxa durante seu governo e de sua sucessora, Dilma Rousseff, e hoje está em um dos maiores patamares. O aumento de brasileiros inadimplentes e endividados no atual governo é uma das principais armas de Lula contra Jair Bolsonaro (PL) – quando a disputa entra no campo econômico -, já que a inflação tem dado sinais de alívio, bastante comemorados e utilizados pela campanha de Bolsonaro.

O Brasil possui 29% das famílias inadimplentes, grupo que representa a parcela da população que está com dívidas em atraso, e 78% estão endividadas, parcela que contraiu dívida e está com dificuldades para pagar. Essas são as maiores taxas registradas em 12 anos, segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) de julho.

A situação vem sendo agravada pela inflação alta e elevação dos juros, que corrói a renda e encarece os empréstimos e parcelamentos. A poucos meses da eleição, o presidente Jair Bolsonaro articulou uma série de medidas para aliviar o bolso dos brasileiros. Nos últimos meses, o governo sancionou a redução do ICMS, a ampliação dos benefícios sociais – como o Auxílio Brasil turbinado no valor de 600 reais -, e liberação de crédito consignado para os beneficiários dos programas de transferência de renda para facilitar acesso a crédito para a população de baixa renda, além do saque extra do FGTS e a antecipação do 13º para aposentados e pensionistas. As medidas, no entanto, tiveram pouco efeito para diminuir a inadimplência e o endividamento das famílias, e as perspectivas ainda não são boas para uma parcela delas. Aumentou de 10,6% para 10,7% o grupo das famílias que não tem expectativas de conseguir pagar as contas atrasados, ou seja, um percentual relevante deve continuar inadimplente.

Lula utiliza o dado para ganhar vantagem na disputa contra Bolsonaro utilizando também dos reajustes nos salários mínimos realizados na sua gestão, os quais ele credita como um dos principais pilares de sua política social. “De 2002 a 2015, o aumento real do salário mínimo (acima da inflação do período) foi de 76,54%, elevando o poder de compra e botando comida farta na mesa das famílias dos trabalhadores. Em mais de 80% dos casos, os reajustes salariais foram acima da inflação”, diz em nota veiculada em seu canal oficial. Os reajustes salariais no governo Bolsonaro estão 55,7% abaixo da inflação, e apenas 15,1% se igualaram ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

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