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O balde de água fria do BC no varejo acirra perdas no setor

Decisão de manter a Selic em 13,75% e não indicar futuras reduções reverberou nas empresas varejistas, que já acumulam desvalorizações significativas

Por Luana Zanobia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 26 jun 2023, 18h09 - Publicado em 26 jun 2023, 17h03

Empresas do setor varejista lideram as quedas no índice Ibovespa desde a última quinta-feira, em decorrência da manutenção da taxa de juros básica da economia brasileira, a Selic, em 13,75%. Ainda que o mercado financeiro já tenha considerado a possibilidade de uma redução na taxa de juros no segundo semestre, a Selic deverá se manter alta ao longo do ano, com expectativas apontando para um encerramento em torno de 12,25%. 

Essas empresas enfrentam uma pressão contínua em suas margens de lucro, pois taxas de juros mais altas levam ao aumento dos custos de capital e, por consequência, das despesas financeiras.  “As elevadas taxas de juros causam um impacto significativo no setor varejista, que, independentemente do segmento, opera com margens mínimas”, avalia Gabriel Bassotto, analista-chefe de ações do Simpla Club. Empresas que já trabalham com margens de lucro apertadas sofrem ainda mais quando as despesas financeiras aumentam. “Isso tem levado algumas delas, como a Magazine Luiza, a operar no vermelho por vários trimestres consecutivos”.

A permanência da Selic em seu atual patamar tem recebido críticas das empresas do setor. Com as taxas de juros mais elevadas, o consumo das famílias tende a esfriar e a inadimplência pode crescer. “Apesar da expectativa de cortes na taxa de juros para o segundo semestre, ainda deveremos observar margens mais apertadas para as empresas e restrições no consumo”, pontua Gabriel Costa, analista da Toro Investimentos.

A Americanas lidera o grupo das varejistas que mais desvalorizaram no ano, acumulando perdas de 88% após envolvimento em escândalos de fraude contábil. Em seguida, aparecem Assaí e Carrefour, com recuos de 26,25% e 22,49% respectivamente, conforme dados do TradeMap. “Se as grandes empresas já enfrentam dificuldades, para as menores, o impacto é exponencialmente maior”, afirma Bassotto.

Conforme levantamento de VEJA, a Magazine Luiza também enfrenta dificuldades com o atual aperto monetário, acumulando uma desvalorização de 24% no ano. De acordo com fontes próximas, Luiza Trajano já teria entrado em contato com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, solicitando flexibilização na taxa de juros. As ações da companhia recuaram 10,53% somente neste mês.

Os BDRs do Mercado Livre apresentam queda de 21,41% no ano. O Grupo Soma, conglomerado de marcas de moda premium decorrente da fusão da Animale, Farm e Hering, também acumula perdas de 16,07%. As ações da Via Varejo, responsável pelas redes de lojas Casas Bahia e Pontofrio, e pela plataforma de e-commerce Extra.com.br, caíram 6,25% no ano, com uma desvalorização de 5,46% só neste mês.

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