Número de super-ricos cresce em 2023 e bate recorde histórico
Alta foi puxada pela valorização da bolsa de valores no ano, de acordo com relatório da consultoria Capgemini
A fortuna das pessoas mais ricas do mundo alcançou o recorde histórico em 2023, mostrou um relatório divulgado nesta quarta-feira, 5, pela consultoria francesa Capgemini. Os “indivíduos de alta renda” (HNWI, na sigla em inglês) são aqueles que possuem mais de 1 milhão de dólares em ativos financeiros. Segundo a pesquisa, a riqueza total desses indivíduos aumentou 4,7% em 2023 em relação ao ano anterior, e o número de pessoas pertencentes a essa categoria cresceu 5,1%.
O resultado apagou as perdas de 2022 para o segmento, quando a fortuna e o número de milionários haviam caído 3,6% e 3,3%, respectivamente.
Os mais beneficiados foram os “ultra ricos” (UHNWI, na sigla em inglês), aqueles com mais de 30 milhões de dólares em ativos. O grupo concentra a maior parte do patrimônio dos indivíduos de alta renda: eles representam cerca de 1% da população total de HNWI e, ainda assim, detém mais de 34% da riqueza total dos milionários. Em 2023, os ultra ricos ficaram 3,9% mais ricos.
De acordo com o estudo, o aumento da riqueza dos milionários se deve à valorização das principais bolsas de valores do mundo em 2023, impulsionada pelas expectativas de cortes de juros nos Estados Unidos e Europa. “Embora as taxas de juros permaneçam elevadas, os bancos centrais sinalizaram o fim dos aumentos de taxas no segundo semestre de 2023, com perspectivas de cortes nas taxas em 2024”, descreve o relatório.
Em março de 2024, a Suíça se tornou a primeira grande economia a iniciar o ciclo de afrouxamento monetário, anunciando uma redução de 25 pontos base. Na União Europeia, a expectativa é que o Banco Central Europeu (BCE) inicie os cortes em junho. Já nos Estados Unidos, a data ainda está em aberto, mas boa parte dos investidores aposta num primeiro corte em setembro, segundo a ferramenta CME FedWatch.
Em 2023, os principais índices de ações fecharam o ano com ganhos. O MSCI All Country World, índice que acompanha o desempenho de ações de 47 países, registrou alta de 23% no ano, impulsionado fortemente pelas chamadas “Sete Magníficas” – Alphabet, Amazon, Apple, Meta, Microsoft, Nvidia e Tesla. Nos Estados Unidos, o S&P 500 encerrou o ano com um ganho de 24%, enquanto o Nasdaq Composite subiu quase 43%, impulsionado pelo boom de empresas ligadas à IA.
Foi justamente nos Estados Unidos que o aumento da fortuna dos milionários foi mais acentuado, com expansão da riqueza de 7,4% e crescimento da população de 7,3%. “A sólida resiliência econômica, a redução das pressões inflacionárias e um impressionante rally no mercado de ações dos EUA impulsionaram o momentum positivo”, apontou o relatório da Capgemini.