No plano de negócios da Petrobras deve ser 20% menor
Fontes ouvidas pela Reuters afirmaram que programa de investimentos que será apresentado este ano será de, aproximadamente, 176 bilhões de reais
Os desdobramentos da Lava Jato, que investiga um esquema de desvio bilionário da Petrobras, levará a petroleira a reduzir em cerca de 20% os investimentos em seu próximo plano de negócios de cinco anos, segundo reportagem da agência Reuters citando fontes.
Segundo a fonte, que falou sob condição de anonimato, o plano de negócios da Petrobras para o período de 2015 a 2019 deverá ser divulgado em maio. “Em números absolutos pode ter uma variação para baixo em torno dos 20%”, afirmou a fonte.
LEIA TAMBÉM:
Petrobras nega a venda de ativos do pré-sal
Diretoria da Petrobras tenta convencer conselheiros por aprovação unânime do balanço
O plano atual 2014-2018 prevê investimentos de 220,6 bilhões de dólares. Assim, o corte da ordem de 20% representaria um novo plano plurianual de negócios da Petrobras orçado em pouco mais de 176 bilhões de dólares. “Ainda será um plano de investimento robusto, porém mais dentro da realidade de caixa da empresa e capacidade da empresa de realização desse plano, dado o fato de os fornecedores passarem essa situação perante as investigações”, disse a fonte.
As ações preferenciais da estatal recuaram 3% e as ordinárias tiveram queda de 1,9%, quebrando a sequência de cinco sessões de ganhos.
Braskem – Recentemente, surgiram rumores sobre a possibilidade de a Petrobras vender a participação de 47% das ações ordinárias e de 36,1% do capital total que detém da Braskem, como parte de um plano de desinvestimentos. A fonte classificou essa possibilidade como “especulação”. “Não houve nenhuma conversa sobre Braskem”, enfatizou.
Segundo a fonte, o plano de desinvestimentos da Petrobras, anunciado para 2015 e 2016 no valor de 13,7 bilhões de dólares, poderá até superar esse montante se a petroleira ficar apenas com seus ativos fundamentais, como os campos do pré-sal. “A Petrobras tem um conjunto de ativos e ela vai ficar com o que é ‘core’ da empresa. Não é um negócio que se faz de uma hora para outra, depende das condições de mercado, demanda. É um processo muito dinâmico”, disse a fonte.
Especialistas têm dito que o momento atual não é o melhor para vender ativos no setor de petróleo em função dos preços mais baixos da commodity – a cotação do barril tipo Brent caiu cerca de 60% de junho de 2014 a janeiro deste ano. Nos últimos dias, a commodity se recuperou um pouco e está acima de 60 dólares o barril.
Balanço auditado – A Petrobras pretende divulgar no dia 22 os resultados auditados do terceiro e do quarto trimestres de 2014, atrasados devido às dificuldades de se estabelecer o prejuízo em função das denúncias de corrupção. Além das perdas relacionadas à Lava Jato, a Petrobras fará uma revisão do valor justo de ativos, com o lançamento de todos os valores no balanço. As perdas podem ser avaliadas de 14 a 28 bilhões de reais.
(Com Reuters)