Por Silvana Mautone
São Paulo – A possibilidade de transformar a TAM MRO, unidade de negócios da TAM que presta serviços de manutenção aeronáutica, em uma empresa independente é algo que, se ocorrer, deve ser apenas no longo prazo. “Estudos apontam que isso só se torna viável quando pelo menos 30% dos serviços prestados forem feitos para terceiros”, afirmou nesta quarta-feira à Agência Estado o gerente comercial da TAM MRO, Rogério Watanabe. Segundo ele, atualmente cerca de 12% dos serviços realizados são para terceiros e esse porcentual pode crescer para algo em torno de 25% em 2020.
De acordo com o executivo, a fusão com a chilena LAN também deve influenciar na decisão. “Ainda não está definido se os serviços prestados para a LAN, que tendem a crescer, continuarão sendo considerados para terceiros ou não”, disse.
A TAM MRO presta alguns serviços para a LAN desde 2008, antes do início das negociações para a fusão das duas companhias aéreas, que no final de junho criaram a Latam. Isso ocorre porque, se a TAM MRO for transformada em uma empresa independente, a companhia aérea TAM – e talvez a própria LAN, dependendo do que for decidido – terá que passar a pagar Imposto Sobre Serviços (ISS) com relação aos serviços de manutenção feitos nas suas próprias aeronaves pela TAM MRO. “Isso só faz sentido se a receita com terceiros for muito maior do que é hoje”, explicou o executivo, que participou em São Paulo do seminário Latin American Aviation Supply & Services (Laass).
A TAM havia anunciado no ano passado analisar a possibilidade de transformar o TAM MRO e a TAM Viagens, que reúne lojas que vendem passagens e pacotes turísticos, em empresas independentes no futuro, a exemplo do que ocorreu com o seu programa de milhagem, que deu origem ao Multiplus, de capital aberto, que desde fevereiro de 2010 tem ações negociadas na BM&FBovespa.