Netflix testa plano mais caro no Brasil e pode piorar os já existentes
A nova opção pode fazer com que as modalidades premium e básico tenham a quantidade de telas simultâneas cortada pela metade
A Netflix começou a testar no Brasil a comercialização de um novo plano de assinatura. Chamado de pacote ultra, ele se posiciona acima do premium, que era o mais completo disponível até sua chegada.
O plano está sendo apresentado a possíveis novos clientes com valores diferentes, em uma estratégia de marketing comum no mercado. Esse tipo de teste serve para descobrir qual preço pode trazer mais lucro para a empresa, levando em conta tanto o volume de consumidores quanto o valor que cada cliente está disposto a pagar por um serviço ou produto.
Navegando em diversas combinações de navegador, smartphone e computador, a reportagem deparou com dois cenários de preço: em um deles, o ultra é vendido por 45,90 reais e, no outro, por 53,90 reais.
No primeiro, a Netflix diminui os recursos do pacote premium, que custa 37,90 reais, para tornar o ultra mais atraente. Em vez das quatro telas simultâneas em 4K tradicionalmente inclusas na premium, neste cenário o cliente passa a ter direito a apenas duas, contra quatro telas da ultra. Por 45,90 reais, inclui a tecnologia HDR, que melhora o brilho e o contraste da imagem. O pacote básico, cujo valor é de 27,90 reais, passa a incluir apenas uma transmissão por vez, e não mais duas, como é usual.
No segundo cenário, as condições dos pacotes premium e básico permanecem inalteradas, e o novo ultra sai por 53,90 reais mensais, com acréscimo de HDR.
Os usuários que já assinam o plano premium ainda não foram afetados com a mudança e continuam recebendo o pacote que contrataram. Não há informação sobre mudanças futuras para quem já é assinante.
O plano ultra começou a ser experimentado na Europa há uma semana. “Estamos testando diferentes preços e recursos para melhor entender quanto os consumidores valorizam a Netflix”, comentou a porta-voz da empresa, Smita Saran, por e-mail ao site americano CNET.
Apesar de possuir 125 milhões de usuários em todo o mundo, a empresa ainda não é lucrativa e acumula dívidas de 15,5 bilhões de dólares por financiar as próprias séries e filmes.
Procurada, a Netflix Brasil informou que está continuamente testando coisas novas. “Nem todo mundo vai ver esse teste [do plano Ultra] e talvez não possamos oferecer os preços ou recursos específicos contemplados.”