O nova pesquisa Ipespe/XP consolida o quadro de polarização entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL). Mas, nenhum dos dois teve o crescimento de uma variável que não estará disponível na urna, mas que promete ser decisiva para o pleito: a inflação. A preocupação com a alta dos preços cresceu de 15%, na pesquisa feita em novembro, para 23% no novo levantamento, publicada nesta sexta-feira, 6. A alta de oito pontos percentuais é maior que a variação dos candidatos. Entre novembro e maio, a intenção de votos em Lula subiu dois pontos percentuais: de 42% para 44%. Já Bolsonaro saltou de 28% para 31%, uma alta de 3 pontos percentuais.

A inflação generalizada vem corroendo o poder de compra do brasileiro e levando a altas nas taxas de juros. Em novembro, o IPCA-15, índice que representa a prévia da inflação, acumulava 10,73% em doze meses. O último dado de inflação, o IPCA-15 de abril, tem um acumulado de 12,16%. Com a escalada em curso, o Banco Central elevou a Selic de 11,75% para 12,75% ao ano — com mais juros, o poder de financiamento de famílias e empresas cai, e a economia não cresce. A aceleração dos preços no Brasil decorre de uma grande alta já no ano passado e de novos fatores, como a subida global do petróleo, commodities de alimentos e o caos logístico na China devido aos lockdowns para conter a Covid-19.

Com os preços crescendo mês a mês nos supermercados e principalmente nos postos de combustíveis, a inflação é a maior preocupação do eleitor até o momento. O tema está no topo, junto com educação (23%), seguidos por desemprego (17%), saúde (14%), fome e miséria (6%), corrupção (5%) e violência (4%).

A pesquisa Ipespe/XP foi realizada entre os dias 2 e 4 de maio, com 1.000 eleitores por meio de telefone e em todas as regiões do país. O registro no  Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi feito sob o número BR-03473/2022.