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Na véspera da eleição, governo usa FGTS para turbinar Casa Verde e Amarela

Medida criada pelo governo autoriza a utilização de recursos futuros do FGTS para o pagamento de parcelas do financiamento de imóveis

Por Luana Zanobia Atualizado em 20 out 2022, 19h29 - Publicado em 19 out 2022, 13h27

A poucos dias para o segundo turno das eleições, o governo Bolsonaro busca aumentar a vantagem no pleito com medidas que capturem o eleitorado de baixa renda, que é um dos principais grupos de força do ex-presidente Lula.  Nessa terça-feira, 18, o conselho curador do FGTS aprovou a medida enviada pelo governo, que autoriza e regulamenta a utilização de recursos futuro para o pagamento de parcelas do financiamento de imóveis dentro do Programa Casa Verde e Amarela.

Com a medida, o cálculo para a compra do imóvel passa a considerar o FGTS futuro. Ou seja, o que o funcionário receberá passa a entrar no cálculo da capacidade de financiamento. Com isso, aumenta o valor da capacidade da família de baixa renda em financiar um imóvel. Em uma simulação hipotética, se antes as prestações para acessar o imóvel desejado era de 450 reais por exemplo, com o uso do crédito futuro esse valor poderia subir para 600 reais. A medida, no entanto, será limitada para novos contratos e é direcionada para famílias com renda bruta mensal de até 2,4 mil reais.

O Programa Casa Verde e Amarela, antigo Minha Casa Minha Vida, foi criado pelo governo Bolsonaro em 2020, mas teve poucos avanços. A construção e entrega de unidades habitacionais ficaram praticamente estancados. Nos últimos meses, o programa ganhou fôlego com a implementação de diversas mudanças para impulsionar o programa. Meses antes da aprovação do uso do FGTS futuro para aumentar a capacidade de financiamento das famílias, o conselho havia aprovado a elevação dos limites de renda para acessar o financiamento, passando de 4 mil para 4,4 mil no grupo 2 e de 7 mil pra 8 mil no grupo 3. Essa medida se soma a diversas outras implementadas e aprovadas em ano eleitoral para aumentar a vantagem de Jair Bolsonaro na disputa. Na última semana, o governo liberou crédito consignado para beneficiários do Auxílio Brasil, antecipou os pagamentos de benefícios sociais, e criou programa de renegociação de dívidas.

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