Na internet, um mau negócio da China
A internet está lotada de sites que vendem roupa desse país. Os preços são ótimos, mas muitas clientes têm uma surpresa desagradável quando abrem o pacote

A poucos dias da Black Friday, a sexta-feira de liquidações (neste ano, no dia 24) que abre a temporada de compras de Natal, o comércio pela internet se prepara para explodir. No Brasil, onde em 2016 o e-commerce faturou 20 bilhões de dólares, quase 42% do total da América Latina, multiplicaram-se nos últimos tempos os sites que vendem roupas fabricadas na China, mercado onde o preço baixíssimo enfim venceu a resistência das brasileiras a comprar sem experimentar. Saltam aos olhos, por onde quer que se navegue, serviços com nome em inglês, francês e idiomas não identificados — Wish, bonprix, FloryDay, MiniInTheBox, AliExpress, o braço do gigante chinês Alibaba voltado para o Ocidente — que oferecem vestidos de dia, de noite, até de casamento. Algo ótimo, não fosse um problema: o enorme risco de encomendar uma coisa e receber outra — um negócio da China às avessas.
Animada pelo valor, pelo frete de graça ou quase e pela frequente isenção de impostos (a cobrança, de 60%, é aleatória), a auxiliar de escritório Cintia Santos, de 35 anos, do Rio de Janeiro, reservou para uma festa chique um vestido anunciado no AliExpress, com fartura de renda e graciosa sainha rodada. Preço: 50 reais. Quase dois meses depois (sim, a entrega é demorada), recebeu uma peça irreconhecível. “Não tinha renda nenhuma, só uns apliques e uma saia sem graça”, conta. O traje está no armário, sem uso. Já a contadora Renata Montalvão, de 35 anos, de Campinas, revoltou-se ao comprar no mesmo site três vestidos idênticos, a 30 reais cada um, com a intenção de revendê-los, e receber outra coisa. “O tecido parecia plástico. O acabamento era de péssima qualidade. E o tamanho era muito menor”, diz ela. Renata pediu e obteve reembolso em menos de uma semana.
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