Na era Musk, apenas “excelentes funcionários” farão home office no Twitter
Espaço livre para usuários falarem "coisa ultrajantes" e possibilidade de demissão foram outros pontos da reunião com os funcionários da rede social
Sem rodeios, Elon Musk tratou dos temas mais polêmicos em reunião virtual com os funcionários do Twitter, nesta quinta-feira, 16. O mantra da “liberdade de expressão” foi ressaltado, a possibilidade de demissão de parte do total de colaboradores foi citada, e, mais uma vez, o bilionário criticou o home office e defendeu o trabalho presencial.
O primeiro encontro geral com os funcionários ocorreu em contexto de turbulências dos mercados. Desde o início do processo de aquisição da rede social, já houve diversos reveses ao plano de 44 bilhões de dólares, incluindo ameaça de desistência da transação pelo bilionário. Para a equipe de Musk, a cúpula da companhia estava retardando a oferta de dados e mais detalhes sobre o número real de contas falsas no Twitter.
Na reunião desta quinta, com o acordo progredindo, Musk alertou os funcionários da rede social sobre o momento de negócios e de volta ao trabalho presencial, como fez com o corpo de colaboradores da Tesla. Desta vez, usando expressões mais moderadas, o magnata disse que apenas “excelentes colaboradores” deveriam ter permissão para trabalhar remotamente. O trabalho no Twitter, em sua avaliação, exige a presença física dos funcionários. “Mesmo que alguém esteja trabalhando remotamente, eles precisam vir às vezes para conhecer seus colegas. Existe um golpe com o trabalho remoto, pois este reduz o esprit de corps”, destacou, citando que o home office afetaria a confiança da equipe na instituição e em suas metas.
Sobre a possibilidade de demissões, o bilionário falou da alta relação de custos em relação a receita do Twitter, percebida no momento, indicando que para a saúde da empresa pode ser preciso cortar uma parcela dos colaboradores ainda não divulgada. Já no discurso sobre a referia liberdade de expressão, o novo dono da rede social defendeu ser necessário existir espaço livre para as pessoas “dizerem coisas muito ultrajantes, desde que dentro da lei”. Musk expôs também alguns planos ambiciosos para a empresa, incluindo o aumento do total de usuários ativos na rede para 1 bilhão (atualmente são 229 milhões, segundo o último relatório), além do desejo de “criar” no Twitter o modelo de superapp comum na China, como o do WeChat.