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Mudanças no comando da Estácio favorecem Kroton

Saída do presidente da universidade carioca pode abrir caminho para a formação do maior grupo educacional privado do mundo

Por Cecília Ritto e Luís Lima
18 jun 2016, 11h06

A saída na quinta-feira de Rogério Melzi da presidência da universidade Estácio de Sá, gigante educacional cobiçada por dois concorrentes, é um obstáculo a menos para a fusão com um deles, o grupo Kroton, o maior do país. Contrário ao negócio e com dificuldade de se entender com conselheiros e investidores, Melzi estava cada vez mais isolado na empresa que comandou por oito anos e acabou pedindo demissão.

A gota d’água veio na quarta-feira, quando o comitê — do qual o presidente não faz parte — formado para avaliar as propostas de uma eventual fusão com a Kroton ou com a outra interessada, a Ser Educacional, se reuniu em São Paulo e não o convidou a comparecer. No dia seguinte pela manhã, Melzi conversou sobre seu afastamento com o presidente do conselho da Estácio, João Cox. À tarde, pouco depois de iniciada uma reunião do conselho com o BTG Pactual, banco contratado para assessorar a Estácio, ele apresentou sua demissão e foi embora.

Apesar de a saída de Melzi facilitar o caminho para a fusão, ela está longe de ser um desfecho garantido. A maior divergência reside nos valores a serem pagos. As propostas feitas até agora pela Kroton não satisfazem os conselheiros da Estácio. Eles consideram que o montante oferecido tira partido do fato de as ações da universidade estarem em baixa, sem levar em conta que a saúde financeira geral e o potencial de crescimento da instituição são positivos. “Não é possível negociar a múltiplos tão baixos”, diz Cox.

Em teleconferência com analistas, nesta sexta-feira, o novo presidente e maior acionista individual da Estácio, Chaim Zaher, cogitou, inclusive, a possibilidade de a empresa seguir sozinha. Segundo o executivo, não se pode “violentar” a companhia com propostas que não sejam “dignas, e do tamanho da Estácio”. “Por que não voltamos a ser o que sempre fomos: consolidadores?”, sugeriu.

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Se por um lado a troca de presidentes tira uma pedra do caminho da fusão, por outro a sacudida na direção estimula os conselheiros a fincar pé na valorização de seu negócio. Enquanto o conselho balança, a Kroton pressiona em favor da fusão, que ampliaria significativamente sua presença no mercado: das 108 cidades onde as duas estão presentes, só em catorze elas concorrem. A presidência da Estácio foi assumida de forma interina por Zaher, cuja família detém quase 13% das ações. A opinião dele sobre a aquisição ainda é uma incógnita.

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Por ora, a única oferta formal é de uma fusão com a Ser Educacional, nono maior grupo de ensino privado do país. A empresa, com forte presença nas regiões Norte e Nordeste do país, propôs uma companhia combinada em que os acionistas da Estácio teriam 68,7% do capital social e os da Ser, os 31,3% restantes. Além disso propôs pagar um dividendo extraordinário de 590 milhões de reais aos acionistas da Estácio, o equivalente a 1,92 real por ação.

Uma fonte próxima ao grupo Ser avaliou que a saída de Melzi não representa uma vantagem à Kroton, já que não houve mudanças no comitê responsável por avaliar as proposições de fusão e aquisição. A equipe, que até então contava com a particição de Zaher, segue sendo composta por Cox , Maurício Luís Luchetti e Libano Miranda Barroso. “A saída de Melzi era algo que já se esperava nesse processo e não altera as tratativas, já que a administração da Estácio não tem papel decisivo nas negociações”, avaliou.

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