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A mudança da percepção internacional sobre o risco Brasil com Lula

Morgan Stanley rebaixa recomendação das ações brasileiras com expectativas quebradas sobre questão fiscal e juros para o ano que vem

Por Luisa Purchio Atualizado em 22 nov 2022, 11h38 - Publicado em 21 nov 2022, 18h11

Na esteira da avaliação das demais instituições do mercado financeiro, a percepção negativa sobre o risco fiscal do Brasil pelo Morgan Stanley aumentou e o banco americano rebaixou a recomendação do mercado de investimentos do país de overweight, ou seja, de exposição acima da média do mercado, para neutro. A recomendação ocorre dentro de sua carteira para América Latina.

O mercado de ações brasileiro era dado como atrativo principalmente devido à expectativa de que no ano que vem a Selic poderia cair, o que colocava o país à frente de outros mercados que ainda estão no meio do seu ciclo de aumentar a taxa de juros, como é o caso dos Estados Unidos e da União Europeia. A perspectiva de que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva aumentará os gastos públicos, no entanto, bem como a incerteza quanto ao nome que ocupará o Ministério da Fazenda, reverteram essa tendência.

“Os eventos recentes reduzem as chances de uma nomeação de ministro da Fazenda mais ortodoxo, enquanto as sinalizações fiscais mais frouxas devem levar a taxas de juros mais altas e assim a rendimentos reais de títulos mais altos, o que podem minar o case aparentemente atrativo de valuation de ações”, disse o banco em relatório enviado para clientes neste domingo, 20. O banco acredita, ainda, que o mercado de renda fixa deve estar mais atrativo no ano que vem.

América Latina

Na contramão do rebaixamento do Brasil, o México passou para overweight na análise do banco devido à desaceleração dos Estados Unidos e a mudanças no cenário de eletricidade e energia. Já o Peru se manteve como overweight, enquanto a Colômbia seguiu neutra e o Chile underweight, ou seja, abaixo da média, devido à perspectiva de desaceleração econômica no primeiro semestre de 2023.

“Nossa visão mais construtiva sobre a América Latina para 2023 é baseada na visão de que o vínculo do México com os EUA e os fatores estruturais de manufatura devem se beneficiar da melhor atividade econômica nos EUA no segundo semestre de 2023”, disse o banco em relatório.

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