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Mesmo no vermelho, balanço de dezembro do Caged pode ser ‘alento’

Fechamento de vagas no mês foi ainda mais severo nos anos anteriores, analisa economista

Por Felipe Machado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 20h31 - Publicado em 21 jan 2017, 09h11

O número de vagas de emprego formal recuou 462.366 em dezembro de 2016, segundo dados do Cadastro Geral de Empregos e Desemprego (Caged) divulgados pelo Ministério do Trabalho nesta sexta-feira. Mesmo no vermelho, o balanço é melhor que o de dezembro dos dois últimos anos.

“Dezembro sempre tem queda, porque as contratações para o Natal são dispensadas. Mas esse mês, no ano passado, foi o ‘menos pior’ desde 2013, o que, dada a crise atual, é um alento”, diz ao site de VEJA o diretor de macroeconomia do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), José Ronaldo Souza Júnior. Em 2015, a queda em dezembro foi de 596.208, e no mesmo mês de 2014 houve 555.508 vagas a menos.

2016

No ano, o número de empregos formais no Brasil recuou 1.321.994, segundo o Caged. O resultado é a diferença entre 16.060.640 demissões e 14.738.646 admissões no período, na série com ajustes sazonais. Este é o segundo ano seguido de queda nas vagas formais, mas o saldo negativo é menor que o registrado em 2015, quando foram registradas 1.534.989 demissões a mais do que contratações.

Setores

Em relação aos dois setores que contrataram mais do que demitiram no ano, a indústria de calçados e serviços médicos e odontológicos, o bom resultado pode ser explicado pelo histórico. “O setor teve perda desde 2011. O resultado do ano passado (criação de 4.417 vagas) é uma mudança marcante e importante, de recuperação bastante intensa”, avalia Souza Júnior. Em novembro, o setor calçadista já demonstrava sinais de melhora.

Sobre os serviços médicos e odontológicos, a hipótese de Souza Junior é a de que a maior demanda por parte da população cada vez mais velha, as mudanças causadas pelo aumento da tecnologia e especialização no setor e o déficit desses serviços no país explicam a alta. “Apesar de menor que a do ano passado (criação de  39.759 vagas contra 50.687), o setor vem tendo resultados positivos desde 2002”, diz.

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