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Mesmo com desaceleração, inflação ainda é má notícia para Lula

IPCA de abril desacelerou e está no menor patamar no acumulado de doze meses, mas elevação nos núcleos sinaliza resistência nos preços

Por Luana Zanobia Atualizado em 12 Maio 2023, 16h21 - Publicado em 12 Maio 2023, 11h40

A inflação oficial do Brasil, medida pelo IPCA, subiu 0,61% em abril devido ao aumento dos preços de medicamentos e alimentos, de acordo com dados do IBGE. Apesar de uma desaceleração em relação a março, quando a elevação foi de 0,71%, o índice ficou acima das estimativas do mercado.

O IPCA, índice de inflação do Brasil, desacelerou para 4,18% em doze meses, o menor nível desde outubro de 2020. Considerando que a meta de inflação para 2023 é de 3,25%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais (4,75%) ou para menos (1,75%), o IPCA de abril está abaixo do teto. Porém, a elevação nos núcleos de inflação ainda sinaliza uma pressão resistente e pode se tornar uma má notícia para Lula. “Apesar da queda no acumulado de doze meses, o IPCA de abril apresentou alguns sinais negativos: aumento no índice de difusão, aceleração nos preços de serviços e serviços subjacentes, além do avanço na média móvel de três meses anualizada dos núcleos de inflação”, avalia o economista-chefe Gustavo Sung, da Suno Research.

A média dos núcleos subiram de 0,36% para 0,51% na passagem de março para abril. No acumulado de doze meses, se encontra em 7,26%, bem acima do esperado pelo Banco Central. “Esse dado merece cautela e precisamos analisar a tendência das próximos divulgações até a próxima reunião do Copom. A autoridade monetária só dará início ao processo de cortes na taxa de juros quando tiver certeza de que a inflação está em trajetória estável e em direção à meta, as expectativas ancoradas e sem grandes choques que o façam mudar a rota no meio do caminho”, diz Sung.

Para os analistas, o destaque dessa divulgação continua sendo a inflação dos núcleos de inflação, que voltou a acelerar no mês de abril. “A inflação de serviços é a mais resiliente. Observar em que patamar a inflação dessa parte do índice consegue se estabilizar é importante para entendermos quanto a política monetária ainda terá de trabalho”, diz Débora Nogueira, economista-chefe da Tenax Capital. Os riscos “altistas” podem vir de uma inflação de serviços ainda muito resiliente. Para o fechado do ano, a expectativa da casa é de que a inflação de serviços acumule alta de 7%, vindo de 7,6% em 2022.

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A economista explica que a desinflação desse grupo de itens deverá acontecer em dois estágios: a primeira já aconteceu, com reajuste de preços relativos. A segunda, mais custosa, fruto do efeito de aperto monetário na economia, é a que está em curso. “O número de abril não forma, necessariamente, uma tendência de alta para o indicador, mas reforça a dificuldade da desinflação desse grupo de itens da cesta de bens que compõem o IPCA. A inflação de serviços é mais relacionada a salários e representa inércia inflacionária”, pontua. 

Além disso, analistas indicam que, após a desaceleração na primeira metade de 2023, a inflação provavelmente retomará sua força no segundo semestre. A partir de julho, há a possibilidade de reintegração total das alíquotas de tributos federais sobre gasolina e etanol. “No campo de preços de combustíveis, também com peso relevante no IPCA, viveremos uma janela mais negativa em termos de tributação, que poderá ser compensada com cortes de preços de combustíveis nas refinarias”, diz Nogueira. Os riscos de altas podem vir de uma inflação de serviços ainda muito resiliente.

De acordo com o boletim Focus mais recente, divulgado pelo Banco Central, o mercado financeiro prevê um IPCA acumulado de 6,02% até dezembro, o que significaria o terceiro ano consecutivo de inflação acima da meta.

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