Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

Mercado já projeta economia em crise com vitória de Lula em 2018

Abandono de reformas e aumento dos gastos públicos fariam a inflação disparar e o desemprego crescer, avalia consultoria sobre o cenário com as eleições

Por Da Redação
Atualizado em 31 ago 2017, 18h38 - Publicado em 31 ago 2017, 07h36

Henrique Meirelles continua como ministro da Fazenda e tem reiterado o plano de reformas pelos próximos meses, mas o que aconteceria com o país se houvesse uma guinada na política econômica rumo ao populismo? É um cenário que hoje parece improvável, mas que se pode se materializar em pouco mais de um ano a depender do resultado da eleição presidencial de 2018. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva corre o risco de se tornar inelegível, mas, por ora, é o candidato que lidera as pesquisas  de intenção de voto e que tem feito fortes críticas ao programa de reformas e ajuste fiscal de Michel Temer.

O desequilíbrio fiscal é o principal desafio a ser resolvido pelo próximo presidente do Brasil, independentemente do partido. O governo gasta mais do que arrecada desde 2014 e não deve voltar a ter superávits antes de 2021. Para que o país possa voltar a crescer de forma sustentada, com a retomada dos investimentos, será imprescindível lidar com esse problema. Mas as declarações de Lula sinalizam que ele escolherá o caminho oposto: acelerar os gastos públicos para tentar reaquecer a economia por meio de investimentos em infraestrutura e de crédito subsidiado dos bancos estatais. Outros potenciais candidatos também indicam que adotariam essa política, como Ciro Gomes e Jair Bolsonaro. “São candidatos que não vão se comprometer com as reformas porque isso não traz votos. Tampouco vão dizer com clareza como vão resolver o problema”, diz o economista Juan Jensen, sócio da consultoria 4E.

As consequências dessa política econômica foram estimadas pela consultoria. Sem recursos suficientes via arrecadação de impostos, restaria a esse hipotético governo Lula a alternativa de emissão de dívida e impressão de dinheiro para honrar tantos compromissos financeiros. Nesse cenário, o resultado seria o aumento gradual da inflação ao consumidor para 7% em 2019 até chegar a 15% em 2022. Hoje a taxa anual está em 2,71%, abaixo da meta oficial de 4,5%. O aumento dos preços ajudaria a inflar as receitas do governo. “Seria uma forma de o governo cobrir o rombo fiscal sem ter que cortar gastos nem aumentar os impostos. Na verdade, é um imposto mascarado”, diz Jensen. Para conter a disparada dos preços, o Banco Central seria obrigado a aumentar a taxa básica de juros para 10% ao ano em 2020 e até 17% em 2022.

A adoção de uma política econômica populista teria outras consequências negativas para o país, como a perda do poder de compra da população, em especial das famílias mais pobres, e a redução dos investimentos privados. A taxa de desemprego voltaria a crescer e atingiria 13,5% no primeiro ano do próximo governo. O câmbio se desvalorizaria com força: o dólar chegaria a 4,41 reais em 2019 e a 5,87 reais em 2022, segundo as projeções, como reflexo da fuga de capitais do país. O país voltaria a entrar em recessão já em 2019, encolhendo 2%. Nos quatro anos de mandato, a retração média seria de 0,3%. No cenário básico da consultoria, sem guinada na política econômica, o país crescerá 3,1% em 2019 e 3,4% na média dos quatro anos.

Mesmo que a eleição de Lula não se concretize, as suas perspectivas de vitória – aliadas a uma expectativa de mudanças radicais na economia – devem impactar indicadores do mercado financeiro, como os índices de ações, a taxa de câmbio e os juros futuros, já no primeiro semestre de 2018. O ex-presidente só se tornará inelegível se for condenado em segunda instância pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no âmbito da Operação Lava Jato. E a decisão só é esperada para meados de 2018. Ele foi condenado a nove anos e seis meses de prisão na primeira instância em julho passado e recorreu da sentença. “A campanha já estará em curso. O mercado financeiro talvez comece a perceber em abril ou maio que o quadro de melhora econômica e de avanço de reformas não é tão linear como ele gostaria que fosse”, diz Juan Jensen.

 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.