Mercado já espera queda de 2,85% no PIB de 2015
Analistas ouvidos pelo Banco Central também elevaram a projeção da inflação, para 9,53%, e da taxa de câmbio, para 4 reais, neste ano
O mercado financeiro voltou a piorar as perspectivas para a trajetória do Produto Interno Bruto (PIB) e para a inflação deste ano. Segundo boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira, os analistas estimaram que o nível da atividade econômica do país vai encolher 2,85% – na semana passada, a projeção era de 2,80%. Para 2016, a projeção se manteve inalterada em queda de 1%. Se confirmado, este ano registrará o pior resultado do PIB em 25 anos – em 1990, a economia recuou 4,35%.
Em relação à inflação, os analistas elevaram a previsão pela terceira semana seguida, desta vez de 9,46% para 9,53%. Desde que o dólar passou a oscilar próximo da casa dos 4 reais, a projeção do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) não para de subir. Para 2016, ela está em franca escalada, em 5,94% – trata-se do nono reajuste seguido. O mercado, inclusive, já espera que o dólar encerre o ano a 4 reais tanto neste como no próximo ano – na semana passada, para 2015, ainda era previsto uma taxa de 3,95 reais.
Se a perspectiva se concretizar, esta será a maior inflação em treze anos – em 2002, a inflação atingiu a marca de 12,53%. A meta definida pelo governo para a inflação é de 4,5% e o limite máximo dela, de 6,5%.
Mesmo prevendo um aumento na inflação, os analistas continuam na expectativa de que não haverá mais nenhum reajuste na taxa básica de juros (a Selic) neste ano. Desde o último aumento, a Selic está na casa dos 14,25%. Para 2016, a previsão é de que ela diminua gradativamente até chegar a 12,50%.
O boletim Focus é produzido a partir da estimativa de mais de cem instituições financeiras e divulgado às segundas pelo Banco Central.
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