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Mercado interrompe sequência de queda do PIB, mas prevê recessão de 6,5%

Boletim Focus quebra 18 semanas seguidas de revisões para baixo; quedas começaram em fevereiro, antes mesmo do primeiro caso de Covid-19 no país

Por Larissa Quintino Atualizado em 22 jun 2020, 09h36 - Publicado em 22 jun 2020, 09h13

Após baixar a previsão do Produto Interno Bruto (PIB) por 18 semanas consecutivas, o mercado financeiro revisou, pela primeira vez, o resultado da economia para cima. Segundo o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 22, o PIB do Brasil deve apresentar uma contração de 6,50%. A previsão é apenas 0,01 ponto percentual acima da estimativa dos economistas consultados pelo Banco Central na semana passada. Apesar da quebra da sequência, o relatório apresenta um cenário de grave recessão econômica. A queda é maior que em 2015, quando o PIB contraiu 3,5%. 

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Na semana passada, a revisão da previsão do PIB já havia sido mínima, de 6,48% para 6,51%. Esse movimento coincide com a reabertura de atividades não essenciais em grandes cidades brasileiras, como Rio de Janeiro e São Paulo. As revisões para baixo começaram em fevereiro, antes mesmo do primeiro caso de coronavírus ser confirmado no país. Apesar da quebra da sequência negativa, a recessão é significativa e atinge o país no ano em que se esperava uma reação da economia, que dava sinais de recuperação da crise vivida entre 2015 e 2016. No início do ano, quando a pandemia do coronavírus estava concentrada na China e não se sabia ao certo quando e como chegaria ao Brasil, os especialistas estimavam crescimento econômico para este ano na casa de 2,3%.

Além do PIB, a pandemia de Covid-19 tem mais consequências em indicadores da economia brasileira. A queda na demanda causada por medidas de distanciamento social e também pela deterioração do mercado de trabalho informal e formal faz com que a crise seja deflacionária, ou seja, que os preços caiam devido a menor demanda. Os economistas consultados pelo BC estimam que o IPCA, que mede a inflação oficial do país, termine o ano em 1,61%, pouco acima da previsão da semana anterior, de 1,60%. O resultado esperado está abaixo da meta traçada, que é de 4%, e também abaixo da margem de tolerância, que varia entre 2,5% e 5,5% para este ano. Em abril e maio, o IPCA indicou deflação e, no ano, a variação dos preços é 0,16% negativa.

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O comportamento de inflação baixa pode levar o Comitê de Política Monetária (Copom) a fazer novos reajustes na taxa básica de juros, a Selic, como forma de estímulo monetário. Na última reunião, ocorrida na semana passada, o comitê cortou a taxa em 0,75 ponto porcentual. chegando a 2,25%, a mínima histórica. Segundo o Focus, analistas apontam que esse deve ser o patamar da taxa básica da economia ao final do ano. No relatório com a decisão, o Copom apontou que os cortes de grande magnitude se encerraram, e o Comitê pode realizar apenas ajustes adicionais, caso necessário. 

Ainda segundo o Focus, o dólar comercial deve encerrar o ano cotado a 5,20 reais no fim do ano. A moeda americana, que chegou a bater na casa dos 6 reais em maio, vem recuando a cotação devido pacotes de estímulo do governo americano, mas acelerou e chegou aos 5,40 na semana passada após o corte da Selic.

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