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Mercado ignora trégua comercial e mira o buraco nas contas públicas

Ibovespa recua com foco em fiscal, apesar de alívio externo com decisão da Corte americana sobre as tarifas de Trump

Por Luana Zanobia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 29 Maio 2025, 11h14 - Publicado em 29 Maio 2025, 11h14

O Ibovespa opera em queda nesta quinta-feira, 29, refletindo o desconforto dos investidores com a situação fiscal do país e os sinais de resiliência da economia doméstica, que reforçam pressões sobre a política monetária. Às 11h, o principal índice da B3 recuava 0,47%, aos 138.233 pontos, enquanto o dólar comercial cedia 0,5%, negociado a R$ 5,66.

No pano de fundo, o mercado digere dados mais fortes do que o esperado do mercado de trabalho brasileiro, que indicam uma economia aquecida mesmo com a taxa Selic em 14,75% ao ano.

Esse cenário impacta diretamente a curva de juros futuros, com os contratos mais longos apontando para altas relevantes, em meio à avaliação de que o Banco Central encontrará dificuldades em flexibilizar a política monetária diante de uma economia ainda aquecida.

No front político-fiscal, as atenções se voltam às declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que voltou a alertar para a necessidade de encontrar receitas adicionais para garantir o cumprimento da meta fiscal. O ministro afirmou que, sem o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o governo terá “poucas alternativas” para fechar as contas públicas em 2025. A fala intensifica a percepção de fragilidade do arcabouço fiscal e elevou o prêmio de risco embutido nos ativos locais. Segundo a pasta, o aumento do IOF tem potencial para arrecadar R$ 31,3 bilhões, ajudando a compensar a frustração de receitas previstas no orçamento.

Apesar das tensões internas, o ambiente externo traz algum alívio. A decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos de suspender a maior parte das tarifas impostas pelo presidente Donald Trump foi bem recebida pelos mercados internacionais. Ainda assim, analistas permanecem cautelosos. Segundo o Goldman Sachs, a Casa Branca deve tentar contornar a decisão judicial, possivelmente buscando meios legais para reimpor parte das tarifas.

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A suspensão das tarifas ocorre em um momento sensível para a política monetária americana. Em ata divulgada na véspera, o Federal Reserve reiterou sua preocupação com a inflação e indicou que monitorará de perto os desdobramentos da política comercial antes de qualquer nova decisão sobre juros.

 

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