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McDonald’s é acusado de discriminar franqueados negros nos EUA

Rede responde a processo; segundo ex-proprietários, empresa privilegiou franquias de brancos e empresários negros acumularam lojas pouco rentáveis

Por Diego Gimenes
Atualizado em 1 set 2020, 18h16 - Publicado em 1 set 2020, 17h30

O McDonald’s foi processado nos Estados Unidos por 52 antigos proprietários de franquias que acusam a empresa de vender a negros, propositalmente, pontos mal localizados e de fraco movimento no interior dos estados de Nova York, Georgia e Texas, ao mesmo tempo em que privilegiou aos brancos as lojas de maior rentabilidade, de acordo com o Wall Street Journal. A gigante de fast food possui hoje 186 franqueados negros, mas o número já foi bem maior, cerca de 380 em 1998. A substancial queda é utilizada pelo movimento como um indicativo de que a discriminação tem aumentado ao longo dos anos. O processo pede uma indenização entre 4 e 5 milhões de dólares por cada loja fechada; ao todo foram quase 200. O McDonald’s disse que as acusações são falsas e que o número de franqueados caiu em meio a um processo natural de consolidação da marca nos últimos anos.

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“Estamos confiantes de que os fatos mostrarão o quanto estamos comprometidos com a diversidade e a igualdade de oportunidades no McDonald’s, inclusive entre nossos franqueados, fornecedores e funcionários”, afirmou a  empresa em comunicado nesta terça-feira, 1°. A companhia garante que, proporcionalmente, o número de franqueados negros não sofreu grandes alterações. O processo corre no Tribunal Distrital de Norte de Illinois. De acordo com os acusadores, esses restaurantes, localizados no interior dos estados, estavam fadados ao fracasso e tinham custos operacionais muito elevados. Além disso, acusam a empresa de não oferecer o apoio necessário a esses negócios. A maioria dos 52 empresários que endossam o processo perderam suas lojas nos últimos quatro anos.

Chris Kempczinski, CEO do McDonald’s há pouco mais de 9 meses, após o antigo administrador — Steve Easterbrook — ter sido demitido por se envolver sexualmente com funcionárias, disse em uma mensagem de vídeo para os executivos, funcionários e donos de lojas que quaisquer alegações de que a empresa não faz jus aos seus valores não são verdadeiras. “Com base em nossas investigações internas, nós discordamos veementemente das alegações desse processo e pretendemos nos defender fortemente contra ela”, disse Kempczinski na mensagem enviada na manhã desta terça-feira, 1°.

Em janeiro, a companhia já havia sido processada por dois ex-executivos negros por discriminação racial; o McDonald’s também nega as acusações. A empresa é uma das que se comprometeram a aumentar a diversidade em seu quadro de funcionários, franqueados e fornecedores após o assassinato de George Floyd. As acusações vêm em um momento delicado, em vista que Steve Easterbrook, ex-CEO da companhia, é acusado de mentir a investigadores sobre manter relações sexuais com uma funcionária. O McDonald’s demitiu o gestor em novembro de 2019 e agora pede cerca de 40 milhões de dólares — valor do acordo de demissão — na Justiça americana. De acordo com o processo, as relações foram confirmadas com “dezenas de fotos e vídeos nus, parcialmente nus ou sexualmente explícitos de várias mulheres”. O ex-CEO também é acusado de ter aprovado uma transferência milionária de ações da empresa para uma das funcionárias com quem estava se relacionando.

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