Mau humor externo, acidente da BP e capitalização indefinida também afetam ações da Petrobras
Especialistas ouvidos por VEJA.com apontam quatro fatores que têm pressionado os preços dos papeis da Petrobras para baixo.
Em primeiro lugar, a crise internacional, iniciada na Grécia, e as indefinições que pairam sobre a economia americana fizeram todo o mercado escorregar, inclusive o brasileiro, apesar do bom momento da economia doméstica.
O segundo ponto é o impacto do desastre ambiental protagonizado pela BP. O vazamento de petróleo no Golfo do México derrubou os papeis não somente das produtoras de petróleo, como também das fornecedoras de equipamentos para exploração. Depois do acidente, aumentaram as restrições para exploração em águas profundas nos Estados Unidos e na Europa, com consequente elevação nos custos de produção e de seguros.
Além dos eventos externos, os problemas que a Petrobras tem enfrentado com a turbulenta capitalização estão no centro das causas da queda no preço dos papeis. A oferta maciça de ações, marcada para setembro, tende a criar expectativa no mercado, pressionando o preço do papel para baixo – um evento conhecido por “overhang”.
E, finalmente, a guerra entre a Petrobras e a ANP, com divergências em relação ao valor das reservas que dizem respeito à cessão onerosa, e à transferência de direitos, cria um ruído no meio do processo que certamente não colabora com o valor das ações.