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Mantega: câmbio acima de R$ 2 veio para ficar, mas não é satisfatório

Ministro afirmou que país passa por um período de transição das políticas monetária e cambial

Por Da Redação
23 nov 2012, 12h17

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta sexta-feira que a taxa de câmbio acima de 2 reais veio para ficar. “Nós temos aqui quatro ou cinco meses de câmbio acima de 2,00 reais e isso mostra que veio para ficar”, disse o ministro, para em seguida explicar que o país passa por um período de transição das políticas monetária e cambial. “O ano de 2012 será marcado pela desintoxicação do juro alto, com a implantação de uma nova matriz marcada pelo ganho produtivo”, disse.

Mantega demonstrou que, ainda que o real tenha se desvalorizado, sua cotação ainda não agrada o governo. “O câmbio está em uma posição razoável, mas não ainda totalmente satisfatória”, afirmou a uma plateia formada por empresários do setor industrial em São Paulo, durante a 32ª Reunião do Fórum Nacional da Indústria, organizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

O setor produtivo, de acordo com o ministro, até então havia se adaptado a um cenário com juros altos e o câmbio desvalorizado, que agora mudou. “As empresas faziam aplicações financeiras e o poupador olhava mais para os ativos financeiros. Mas agora têm de migrar para os ativos produtivos”, disse o ministro. “A economia demora para se adaptar a essa nova matriz macroeconômica”, completou.

Depois de reconhecer que o Brasil não cumprirá a meta cheia de superávit, Mantega disse que trabalhará para manter a solidez fiscal com a redução de dívida e na redução de tributos. “Estamos agora com agenda do ICMS e PIS/Cofins para 2013”, afirmou.

Crédito e crescimento – Em sua palestra, o ministro voltou a criticar a “timidez” na concessão de crédito pelos bancos privados. “O crédito continua retraído, mas já há uma melhoria na demanda”, disse. “Estamos em trajetória ascendente de demanda e oferta de crédito”, disse.

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Ele avaliou ainda que o cenário macroeconômico melhorou com a desaceleração da inflação – as importações diminuíram e as exportações de manufaturados subiram, mesmo com um cenário internacional desfavorável. “Já ultrapassamos a corcova e dá para continuar com a política monetária expansionista”, afirmou.

O ministro avaliou ainda que neste fim de ano e no começo de 2013 a economia brasileira seguirá bem, mas a internacional não deve melhorar tão logo e comentou que o mercado europeu está fechado para o Brasil. Para ele, o Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer 1,2% no terceiro trimestre de 2012 e 1,1% no quarto trimestre, com crescimento anualizado ao fim do ano de 4,5%. “Esperamos que 2013 comece com crescimento de pelo menos 1,7% e trabalhamos para crescer em torno de 4% em todo o ano”, disse o ministro.

Ele reiterou ainda que o governo tem anunciado várias medidas para incentivar a retomada dos investimentos no país. Sua projeção é de que haja um aumento 8% em 2013. “Ambiente salutar é quando investimentos crescem o dobro do PIB, como foi em 2007”, avaliou.

Pacotes – Mantega confirmou ainda que o programa de concessão de portos será lançado na semana que vem e lembrou do pacote de redução de custos de energia apresentado pelo governo. “Estamos trabalhando para reduzir custos de modo geral, como de energia”, disse ele.

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Especificamente sobre o setor energético, o ministro lembrou que as concessionárias queriam a renovação automática dos contratos, mas que isso não está previsto e defendeu a proposta do governo de renovação com custos menores. “Tem empresas que querem renovação de tarifa alta. Queremos continuar com estas empresas, mas não podemos prejudicar uma maioria por causa de um grupo que quer lucros altos”, disse o ministro.

Mantega cobrou dos empresários, defensores da redução dos preços da energia, que se mobilizem pelo projeto do governo de corte dos preços da energia atrelado à renovação dos contratos do setor. “Uma meia dúzia está fazendo barulho e é preciso que a indústria se mobilize”.

O ministro disse também que a debênture de infraestrutura “vai bombar”. “Haverá custo menor e rentabilidade maior”, afirmou.

(com Estadão Conteúdo)

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