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Lula tem o maior avanço do PIB em início de mandato da série histórica

Base de comparação baixa com a lentidão da economia após as eleições de 2022 justifica avanço acima do esperado no 1º tri

Por Felipe Mendes Atualizado em 2 jun 2023, 14h04 - Publicado em 2 jun 2023, 13h43

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva conseguiu um feito e tanto para seu início de terceiro mandato. Na quinta-feira, 1º, a divulgação de resultados do PIB do primeiro trimestre registrou um crescimento de 1,9% em relação ao trimestre anterior, baseado na arrancada do setor agrícola. Apesar de parecer um avanço tímido, foi o maior avanço para os primeiros meses de um novo governo desde 1999 (a série histórica calculada pelo IBGE teve início em 1996). Nesse período, somente o segundo governo de Lula e o primeiro mandato de Dilma Rousseff lograram alta acima de 1% em seus primeiros três meses: 1,8% de Lula, em 2007, e 1,5% de Dilma, em 2011.

O economista André Perfeito aponta que o crescimento acima do esperado para o início do mandato do terceiro governo de Lula foi impulsionado graças a uma “paralisação” das atividades no fim do governo de Jair Bolsonaro. “A base de comparação é tão baixa que falar de crescimento é quase uma ilusão estatística. Por mais que chame muita atenção crescer 1,9%, a base ainda é muito baixa, especialmente porque o quarto trimestre foi um período em que o Brasil ficou largado depois das eleições. Ninguém fez nada”, diz ele.

Diferentemente da primeira divulgação do PIB para este ano, o carro-chefe do crescimento do primeiro trimestre de 2007 foi o setor de serviços, catapultado pelo desempenho dos bancos, da telefonia celular e do setor de informática. Também houve crescimento expressivo de importação, exportação e do investimento.

Em entrevista a VEJA, Guido Mantega, ministro da Fazenda à época, diz que 2007 foi um dos melhores anos para os governos do PT. “Nós tivemos um crescimento mais equilibrado entre os trimestres. Em 2007, nós tínhamos queda na inflação, queda na taxa de juros e um grande salto do nível de investimento. Foi quando o governo lançou o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e havia um grande otimismo na economia. Também tinham sido feitas reformas no sistema de crédito que deram mais segurança para o mercado financeiro e estimularam a bancarização e o aumento do consumo das famílias”, relembra ele.

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Assim como no início deste ano, a agricultura e as commodities impulsionaram a primeira divulgação do PIB do governo de Dilma, em 2011. Ao comentar sobre aquele ano, Mantega, que permaneceu à frente da Fazenda até o fim de 2014, relembra o otimismo global com o país e que o governo teve de “segurar o crescimento” diante da possibilidade de alta da inflação no radar. “Em 2011, nós tivemos uma transferência do crescimento do ano anterior, quando a economia cresceu 7,5%. Então, nós começamos o governo Dilma segurando, porque não dá para ter um crescimento tão grande porque gera inflação… Havia o entusiasmo, o investimento era alto, os investidores estavam animados com a situação do país. O mercado consumidor era muito bom naquela época, com nível de emprego elevado e uma massa salarial crescente também”, diz Mantega.

Ele considera o atual momento da economia mais desafiador para o novo governo de Lula e projeta dificuldades como a perda de tração do agronegócio no segundo semestre deste ano.

Os demais governos

Os piores desempenhos para o início de mandato de um presidente foram registrados, consecutivamente, por Dilma, em 2015, Michel Temer, no terceiro trimestre de 2016, e no primeiro governo Lula, em 2003. Com Fernando Henrique Cardoso, em 1999, e Jair Bolsonaro, em 2019, a atividade iniciou os governos andando de lado: 0,2% e 0,3%, respectivamente.

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