PRORROGAMOS! Assine a partir de 1,50/semana
Continua após publicidade

L’Oréal escancara impacto do racismo no mercado de luxo e cria programa para combatê-lo

Empresa lança nesta terça-feira o programa a Afroluxo, que traz iniciativas como um protocolo antirracista de vendas

Por Camila Pati Atualizado em 26 nov 2024, 08h52 - Publicado em 25 nov 2024, 18h31

A partir dos dados de uma pesquisa inédita que escancara e detalha atores, mecanismos e práticas racistas no mercado de luxo da beleza, a L’Oreal Luxo lança nesta terça-feira, 26, programa antirracista Afroluxo, com foco e inclusão e diversidade.

A iniciativa vem após a investigação de como o racismo permeia, em diferentes níveis, a experiência do público negro das classes A e B no mercado de beleza de luxo e traz ações de combate ao racismo em três pilares.

O primeiro é aumentar a representatividade dentro do próprio negócio, o segundo pilar trata de ações para empoderar o ecossistema de vendas – com treinamento e auditoria do atendimento das equipes – e, por fim, o terceiro pilar é causar impacto na sociedade. 

“Na L’Oréal, a gente tem a diversidade a favor da agenda de negócios  e a gente faz isso com estratégia, com realmente um plano”, diz Eduardo Paiva, head de diversidade da L’Oréal. 

Os resultados reunidos pela L’Oréal são impactantes. O estudo feito em parceria com o Estúdio NINA, instituto de pesquisa especializado no público negro, mostra que nove a cada 10 clientes negros já enfrentam violências raciais em estabelecimentos de luxo.  

Continua após a publicidade

O estudo identificou 21 tipos de violências racistas sofridas por pessoas negras no interior das lojas e shoppings de luxo. A maior parte dos abusos ocorreu com mais de 50% dos clientes. Em cada 100 pessoas, pelo menos 70 identificam um permanente mal-estar nos pontos de venda.  As experiências de compra são descritas com palavras como: receio, desconfortável, violência, chacota, hostilidade, traumas, insegurança, constrangimento, zombaria, desgastante e apreensão. “A pesquisa quebra o pacto de silêncio que existe sobre o racismo, especialmente no mercado de luxo”, diz  Bianca Ferreira, head de comunicação, advocacy & influência, sustentabilidade, diversidade & inclusão e eventos da L’Oréal Luxo.

A executiva explica que o programa Afroluxo vem não só para fazer o que é certo e ético mas também para trazer um olhar de negócios, porque essa população é uma população que hoje já representa uma parcela significativa do nosso consumo”, diz Bianca.

Hoje, 37% das classes A/B são compostas por pessoas pretas e pardas, segundo dados do IBGE.  Ao sofrer alguma forma de violência racista em lojas, mais da metade desiste de comprar e 54% dos consumidores disseram que não voltam à loja. 

Continua após a publicidade

“Quando a gente olha para o consumo de fragrâncias no Brasil, fragrâncias importadas, consumidores que consomem exclusivamente fragrâncias importadas no Brasil, a gente está falando de 41% serem pessoas negras”, diz Bianca. Fragrâncias são a principal categoria da L’Oréal Luxo no Brasil.

Iniciativas são inéditas no mercado de luxo

“A pesquisa  vem para dar forma e a gente conseguir discutir o racismo de uma forma tangível, com  plano de ação que seja acionável”, diz Eduardo Paiva. Uma das principais ações do Afroluxo é o desenvolvimento de um novo protocolo de atendimento e vendas antirracista direcionado para vendedores da marca, criado em parceria com o Movimento pela Equidade Racial (Mover), do qual o Grupo L’Oréal é co-fundador e signatário, e com o Instituto Identidades do Brasil (ID_BR).

“Estamos revisitando todo o nosso protocolo de vendas, e abolindo práticas que até então eram vistas como inofensivas mas que a gente entendeu que geram desconforto para essa população”, diz Bianca. Um exemplo de racismo identificado pelo estudo é  a prática de oferecer condições de parcelamento para o cliente negro, sem que ele pergunte. “Isso é entendido como um dispositivo racista de questionamento do poder de compra dele”, diz Bianca. 

Continua após a publicidade

O compromisso da empresa é treinar 100% da base de vendedoras da L’Oréal e 80% do time das lojas que comercializam os produtos da marca. Além de treinar, a equipe de vendas, a L’Oréal também vai avaliar o time de vendas, com a criação do Black Mystery Shopper, um cliente negro oculto. A avaliação será baseada no novo protocolo de vendas antirracista.

No fim de setembro, L’Oréal apresentou os dados da pesquisa em um evento para os seus clientes que foram convidados a participar do Pacto Afroluxo e Enfrentamento ao Racismo no Mercado de Beleza e de Luxo Brasileiro. “Além do treinamento, para fazer parte desse pacto,  as lojas também vão garantir a disponibilidade de produtos voltados para pele negra em loja”, diz Bianca. Outra iniciativa parte do programa Afroluxo é aumentar a oferta de produtos da marca Lancôme para diferentes tons de pele negra de 14 para 22. Com a expansão do portfólio, a Lancôme agora é a marca de maquiagem não profissional com mais oferta de tons para a pele negra no Brasil.

Além de reconquistar consumidores negros que sofreram violências racistas e decidiram parar de consumir os produtos, conforme mostra a pesquisa, um dos méritos do programa segundo os executivos é o fato de ele ser escalável, ou seja, outras empresas também podem replicar suas iniciativas. “Para a gente é muito importante que o Afroluxo seja esse compromisso público e que isso chegue a cada vez mais consumidores negros”, diz Bianca.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.