Leilão por ativo de Eike fracassa e nova tentativa deve ser convocada
Justiça não consegue encontrar comprador para ativo de empresário; postulantes no certame pedem que nova audiência seja convocada
A mais nova tentativa de venda do último ativo valioso do ex-bilionário Eike Batista fracassou. Em leilão realizado a pedido da 1ª Vara Empresarial de Belo Horizonte nesta terça-feira, 16, por duas debêntures do empresário, nenhum dos postulantes chegou a fazer ofertas que chegasse próximo ao preço mínimo exigido: 1,25 bilhão de reais. As únicas manifestações no certame, segundo apurou VEJA, levavam em consideração a realização de uma nova rodada, com mais clareza no edital. “Provavelmente haverá um novo leilão, em prazo curto, com exigência de garantia bancária na avaria”, afirma uma fonte envolvida no processo.
Foi a segunda tentativa de venda dos títulos de dívidas em pouco mais de dois meses. Em junho, a Justiça de Minas Gerais tentou, também em vão, leiloar os ativos pelo preço mínimo de 350 milhões de dólares. Agora, foi oferecido um desconto em relação à cotação cambial do dia da publicação do edital, para 1,25 bilhão de reais (ou 233 milhões de dólares, na data), mais uma vez falhou. “Não havia propostas nos envelopes. Apenas manifestações de interesse uma vez superadas as questões legais. E sugestão de uma nova rodada com edital de venda mais claro”, reitera essa fonte.
A disputa é referente às debêntures emitidas em 2008, na época do repasse do controle da MMX Minas-Rio para a Anglo American. O leilão ocorreu por meio da desconsideração jurídica da pessoa física de Eike como garantia de pagamento aos credores da massa falida da mineradora MMX, que teve falência decretada pela Justiça em 2021. Estima-se que os títulos devam render entre 20 milhões e 50 milhões de dólares por ano (a julgar pelo potencial de valorização do minério de ferro) a partir de 2025.
Agora, o imbróglio entra em uma nova fase, já que a Argenta Securities, que realizou uma proposta pelo ativo avaliada em 612 milhões de reais, em dezembro de 2021, diz ser detentora do ativo por ter feito a maior oferta até então e levou o caso à Justiça, o que adicionou insegurança jurídica para o leilão e, possivelmente, afastou potenciais compradores, segundo mostrou VEJA em reportagem recente.