Por André Magnabosco
São Paulo – O grupo alemão Lanxess anunciou hoje investimento de pouco mais de 30 milhões de euros, o equivalente a aproximadamente R$ 75 milhões, para a construção de duas fábricas em Porto Feliz, no interior de São Paulo, além da adequação de uma unidade localizada em Triunfo, no Rio Grande do Sul. Os três projetos visam atender a demanda da indústria automotiva mundial e entrarão em operação até meados de 2013.
O primeiro projeto, noticiado ontem pela Agência Estado, prevê a produção de EPDM (monômero de etileno-propileno-dieno), uma espécie de borracha sintética, a partir de eteno verde a ser fornecido pela Braskem. O material produzido pela petroquímica brasileira em Triunfo será entregue via gasoduto para a Lanxess e, a partir de novembro, o grupo alemão passará a produzir a primeira borracha de EPDM de base biológica do mundo. A participação do produto verde será equivalente a até um quarto da capacidade de 40 mil toneladas da fábrica, que receberá aporte de 2 milhões de euros, ou R$ 5 milhões.
Os outros projetos entrarão em operação entre 2012 e 2013, ambos em Porto Feliz. O primeiro, voltado à produção de borrachas e bladders (também usados na indústria automotiva), começará a produção no quarto trimestre de 2012, com capacidade anual de 2 mil toneladas de borracha por ano e 170 mil bladders. Os investimentos somarão 10 milhões de euros (aalgo em torno deR$ 25 milhões). A segunda unidade será responsável pela produção de plásticos de engenharia de alta tecnologia. Os investimentos previstos somam 20 milhões de euros (quase R$ 50 milhões) para a produção de 20 mil toneladas anuais do produto. As operações estão previstas para começar em meados de 2013.
Os investimentos anunciados hoje representam mais uma etapa do processo de expansão da companhia alemã no Brasil desde a compra da Petroflex, informada no final de 2007 e concluída em 2008. Nesses quase quatro anos, a companhia anunciou investimentos na expansão das unidades de Porto Feliz e Cabo de Santo Agostinho, em Pernambuco, a construção de uma usina de cogeração no complexo paulista, a compra de ativos da DSM Elastômeros, incluindo a fábrica de EPDM no Rio Grande do Sul, entre outros.
Como resultado desses investimentos, a participação brasileira nos negócios da companhia, que era inferior a 1% sete anos atrás, agora supera os 10%, com vendas de 701 milhões de euros. “Nossas vendas do segundo trimestre foram da ordem de 228 milhões de euros, um aumento de 25% em relação ao mesmo período do ano passado, e estamos no caminho para outro recorde em 2011”, destacou o presidente do Conselho de Administração da Lanxess, Axel Heitmann.
Heitmann destacou ainda que a Lanxess continua atenta a oportunidades de aquisições no Brasil. A América Latina responde hoje por 14% dos negócios da Lanxess e o Brasil é o principal mercado da região, tendo suas vendas distribuídos entre mercado interno e mercado externo na proporção de 60% e 40%, respectivamente. “Direcionamos grandes investimentos para o Brasil e para os demais países dos Brics (grupo composto também por Rússia, Índia e China)”, complementou o executivo, lembrando que esses mercados são considerados prioritários na estratégia de negócios da Lanxess.