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Juros médios sobem apesar da inadimplência menor, diz BC

O spread bancário — diferença entre o custo de captação e a taxa cobrada pelos bancos ao consumidor final — subiu em fevereiro

Por Reuters e Estadão Conteúdo
Atualizado em 26 mar 2018, 20h41 - Publicado em 26 mar 2018, 18h02

A inadimplência no mercado de crédito brasileiro caiu ligeiramente em fevereiro, apesar de as condições de financiamento terem ficado mais apertadas mesmo em meio ao ciclo de cortes nos juros conduzido pelo Banco Central.

Os dados divulgados pelo BC nesta segunda-feira dizem respeito ao segmento de recursos livres, no qual as taxas de juros são livremente definidas pelos bancos. Neste caso, a inadimplência foi a 5%, ante 5,1% em janeiro.

Num quadro de fraca inflação e retomada lenta da economia, o BC prosseguiu o ciclo de afrouxamento monetário na última semana, quando reduziu a Selic ao mínimo histórico de 6,50% ao ano. No início de fevereiro, havia promovido outro corte de 0,25 ponto na taxa básica de juros.

Mesmo assim, os juros médios no segmento de recursos livres foram a 42,2% ao ano em fevereiro, acima do patamar de 41,1% em janeiro.

Ao mesmo tempo, o spread bancário — a diferença entre o custo de captação e a taxa cobrada pelos bancos ao consumidor final subiu a 34,1 pontos percentuais em fevereiro no mesmo segmento, ante 32,9 pontos em janeiro.

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O chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, admitiu que houve aumento dos juros em fevereiro, mas avaliou que a tendência de longo prazo é a de redução para essas taxas. “Em fevereiro, houve aumento dos juros em algumas linhas, mas parte do aumento das taxas médias também se deve ao chamado efeito composição”, afirmou. “Houve redução de volume no uso do cartão de crédito à vista e aumento do cheque especial e do rotativo em fevereiro”, acrescentou.

Como a taxa de captação dos bancos se manteve praticamente estável no mês passado, os spreads bancários cresceram em fevereiro. “Mas no longo prazo a tendência também é de queda”, alegou Rocha. Ele também citou que a inadimplência segue estável em praticamente todas as modalidades.

Na avaliação de Rocha, o movimento “devolve o efeito” que havia sido verificado em dezembro, quando o recebimento do 13º salário fez com que os consumidores acabassem diminuindo o uso dessas modalidades, de fácil acesso, mas que cobram taxas de juros mais altas.

O aumento do uso dessas modalidades em fevereiro, assim, foi um dos grandes fatores responsáveis por elevar os juros médios do crédito total, de acordo com Rocha.

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