Itaú reporta lucro líquido recorrente de R$ 10,1 bi no segundo trimestre
Balanço do Itaú é considerado forte por analistas, mas queda de margem é destaque negativo
O Itaú (ITUB4) apresentou lucro líquido recorrente de 10,1 bilhões de reais no segundo trimestre. O resultado, que ficou dentro do esperado pelos analistas, é 15% maior que o do mesmo período do ano passado, quando o banco lucrou 8,7 bilhões. Já na comparação com o primeiro trimestre de 2024, a alta foi de 3%.
O Itaú registrou receitas líquida de produtos bancários de 41,8 bilhões entre abril e junho. A cifra é 8% superior à de 12 meses atrás. A margem financeira com clientes, que representa o lucro obtido com produtos como linhas de crédito, ficou em 26,3 bilhões de reais, equivalente a um incremento de quase 2% sobre o primeiro trimestre, e de 5% na comparação com o segundo trimestre de 2023.
Os analistas Gustavo Schroden, do Bradesco BBI, e Renato Chanes, da Ágora Investimentos, que assinam um relatório conjunto sobre os números do Itaú, consideram que o resultado geral do banco foi “forte”, mas destacam alguns pontos que merecem um monitoramento mais atento. “A margem do Itaú com clientes registrou seu terceiro trimestre sequencial de contrações, refletindo um mix mais fraco, com crescimento mais forte de grandes empresas”, explicam.
Em contrapartida, a dupla afirma que os ganhos do banco com tesouraria vieram “bem acima” da estimativa das casas que representam e da média dos últimos quatro trimestres, que girava ao redor de 900 milhões de reais. Esses ganhos estão embutidos na margem financeira com o mercado, que somou 1,4 bilhão de reais entre abril e junho. O resultado é 31% maior que o 1 bilhão obtido um ano antes.
A carteira de crédito do Itaú encerrou junho em 1,3 trilhão de reais, incluindo garantias financeiras prestadas e títulos privados. O montante é 9% maior que o do mesmo período de 2023, e 6% maior que em março. A inadimplência total da carteira, considerando atrasos superiores a 90 dias, permaneceu em 2,7%, igual ao do primeiro trimestre. Como o Itaú opera em outros países da América Latina, quando se observa apenas a inadimplência do Brasil, o índice é um pouco maior: 3%, ante 3,1% em março.