O Irã cessou suas vendas de petróleo às companhias petroleiras francesas e britânicas, declarou neste domingo o porta-voz do Ministério iraniano de Petróleo, Alireza Nikzad.
A notícia foi oficialmente divulgada através do site do Ministério. “Decidimos fornecer nosso petróleo a outros clientes”, disse o porta-voz.
O Irã é o segundo produtor da Opep, com uma produção de 3,5 milhões de barris diários, dos quais exporta 2,5 milhões.
Pouco menos de 20% de seu petróleo é exportado à União Europeia (cerca de 600.000 barris/dia), essencialmente para Itália, Espanha e Grécia.
Em 2011, a França importava 58.000 barris diários de petróleo iraniano, cerca de 3% de sua necessidade.
O Irã havia anunciado na quarta-feira que iria revisar para baixo suas vendas de petróleo aos países europeus, mas que não iria interrompê-las por completo “por enquanto”. Essas medidas são uma resposta do país ao embargo gradual sobre seu petróleo decidido previamente pela UE.
No sábado, navios de guerra iranianos entraram no Mediterrâneo para ‘mostrar o poder’ da República Islâmica, em um momento de crescente tensão do país com Israel pela crise nuclear e os atentados anti-israelenses na Índia e na Tailândia.
O anúncio da presença da marinha iraniana no Mediterrâneio foi feito pelo comandante chefe da marinha, o almirante Habibolá Sayyari, após os navios atravessarem o Canal de Suez, conforme citado pela agência oficial Irna.
Ao mesmo tempo, no entanto, o principal negociador do Irã para os temas nucleares, Said Jalili, propôs em um encontro das potências do grupo 5+1 (Estados Unidos, China, Rússia, França, Grã-Bretanha e Alemanha) a retomada na “primeira oportunidade” das negociações sobre o programa nuclear iraniano, sempre e enquanto forem respeitados seu direito à energia atômica com fins pacíficos.
O chanceler britânico William Hague, por sua vez, afirmou na sexta-feira que as ambições nucleares do Irã poderiam desencadear uma “nova Guerra Fria”, mais perigosa que a dos países ocidentais com a União Soviética.
O programa nuclear iraniano é justamente um dos pontos que deveam ser tratados por Tom Donilon, o conselheiro para Segurança Nacional do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em uma visita a Israel que acontece neste sábado, conforme anunciou na sexta-feira a Casa Branca, através de um comunicado.