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IPCA: inflação avança 1,31% em fevereiro, maior alta no mês em 22 anos

IBGE divulgou os dados nesta quarta-feira, 12, e o aumento de 16,80% na energia elétrica residencial foi o maior impacto na inflação de fevereiro

Por Camila Pati Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 12 mar 2025, 15h52 - Publicado em 12 mar 2025, 09h07

Referência para a inflação do país, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou 1,31% em fevereiro, segundo dados divulgados nesta quarta-feira 12 pelo IBGE. O resultado vem ligeiramente abaixo do consenso que era de 1,32%. Em janeiro, o índice ficou em 0,16%. Trata-se da maior alta para um mês de fevereiro desde 2003 (1,57%) e a maior taxa desde março de 2022 (1,62%).

A alta  dos preços foi influenciada especialmente pelo aumento de 16,80% na energia elétrica residencial, que exerceu um impacto de 0,56 ponto percentual (p.p.) no índice. Em janeiro, as contas estavam mais baratas por causa do Bônus de Itaipu, que dava descontos. Com o fim desse benefício, a energia elétrica, que tinha caído 14,21% em janeiro, subiu 16,80% em fevereiro. Isso fez com que o grupo Habitação, que antes estava em queda, passasse a subir e tivesse o maior impacto no índice do mês (0,65 ponto percentual).

Já o maior aumento percentual foi no grupo Educação, que subiu 4,70%, puxado pelo reajuste das mensalidades escolares no começo do ano. Os aumentos foram mais fortes no ensino fundamental (7,51%), ensino médio (7,27%) e pré-escola (7,02%). Esse grupo contribuiu com 0,28 ponto percentual para a inflação geral.

Nos últimos 12 meses, a taxa ficou em 5,06%, acima dos 4,56% dos 12 meses imediatamente anteriores. O resultado vem na esteira da prévia da inflação do mês (IPCA-15), que avançou 1,23%nos primeiros 15 dias. A alta de preços da energia e dos gastos das famílias com educação foi a mais expressiva nas duas primeiras semanas de fevereiro.

Entre os alimentos houve alívio na inflação, mas ovo de galinha (15,39%)  e café moído (10,77%)  continuam sendo destaque de alta nos preços. Segundo o IBGE, o grupo Alimentação e Bebidas, com variação de 0,70% e impacto de 0,15 p.p., desacelerou em relação ao mês de janeiro (0,96%).  No lado das quedas, destacam-se a batata-inglesa (-4,10%), o arroz (-1,61%) e o leite longa vida (-1,04%).

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“O café, com problemas na safra, está em trajetória de alta desde janeiro de 2024. Já o aumento do ovo se justifica pela alta na exportação, após problemas relacionados à gripe aviária nos Estados Unidos, e, também, pela maior demanda devido à volta às aulas. Além disso, o calor prejudica a produção, reduzindo a oferta”, diz Fernando Gonçalves, gerente da pesquisa.

O grupo Transportes, com 0,61% de variação e 0,13 p.p. de impacto, também desacelerou em relação a janeiro (1,30%). Com reajuste no ICMS, o resultado foi influenciado pelo aumento nos combustíveis (2,89%): óleo diesel (4,35%), etanol (3,62%) e gasolina (2,78%). Destaca-se que a gasolina, devido ao seu peso, exerceu o segundo maior impacto individual no índice, com 0,14 p.p. Apenas o gás veicular (-0,52%) apresentou redução.

Os demais grupos apresentaram os seguintes resultados: Artigos de residência (0,44%), Vestuário (0,00%), Saúde e cuidados pessoais (0,49%), Despesas pessoais (0,13%) e Comunicação (0,17%)

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Nesta semana, economistas consultados pelo Banco Central para o Boletim Focus estimaram que IPCA, encerre 2025 em 5,68%. Depois de uma semana de estabilidade, a projeção do mercado para o indicador voltou a subir.  O mercado ainda vê um IPCA acima da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 3%, furando, inclusive, o teto da meta, que é de 4,5%.

 

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